O desfile “Suco de Axé”, da Meninos Rei, foi uma verdadeira apoteose da brasilidade, onde a ancestralidade e a modernidade se entrelaçaram em um tributo poético à Bahia. Sob o olhar sensível dos irmãos Céu Rocha e Júnior Rocha, a passarela da São Paulo Fashion Week se converteu em um mosaico pulsante de cores e texturas, reverberando a alma afro-brasileira em sua plenitude. Já reconhecidos internacionalmente, os Meninos Rei trouxeram à cena um espetáculo que não apenas vestia modelos, mas despertava espíritos, elevando a moda a um diálogo íntimo com a cultura.
Cada peça apresentada parecia carregar o axé – essa força vital que transita entre o sagrado e o profano. As estampas autorais de Léo Barbosa não eram somente adornos visuais, mas narrativas vestíveis, entrelaçando a baianidade em seu estado mais puro. Foram cores que evocavam o cheiro do acarajé no Rio Vermelho, a feira de São Joaquim, o compasso dos tambores e as pinturas corporais do Olodum, a Deusa do Ébano do Ilê e o brilho etéreo das festas de Yemanjá. A coleção não se contentava em ser contemporânea; ela transcendia o tempo, revelando que o novo e o antigo podem coexistir em perfeita harmonia. Assim é Salvador, a irmandade
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As parcerias estabelecidas foram de uma sofisticação técnica que ampliou as possibilidades criativas sem abdicar da essência da marca. A colaboração com Canatiba Têxtil e AN TÊXTIL trouxe tecidos inovadores que respeitaram a autenticidade do DNA da Meninos Rei. O trabalho artesanal desenvolvido em conjunto com o Artesanato da Bahia/SETRE e a associação Raízes do Quilombo, com seus trançados de piaçava e palha da Costa, acrescentou camadas de ancestralidade às peças. As miçangas cuidadosamente dispostas por Vanessa Neves brilhavam a cada look.
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A internacionalização da Meninos Rei não se faz por acaso. Céu e Júnior Rocha conseguiram firmar a baianidade como um conceito global, provando que a riqueza cultural da Bahia dialoga com o mundo, sem perder sua essência. O desfile “Suco de Axé” reafirmou a marca como um dos grandes nomes da moda contemporânea, não apenas pela técnica impecável, mas pelo afeto que transparece em cada detalhe. A moda, para os irmãos Rocha, é uma celebração da diversidade e das tradições afro-brasileiras, sempre conduzida com uma sofisticação que não se esquece de suas raízes.
Ao final, quem assistiu ao desfile não saiu apenas com imagens na mente, mas com o coração tocado. A trilha sonora, que embalou cada passo com o pulsar da Bahia, deveria ser democratizada, acessível a todos. Ela seria uma companheira fiel para os momentos de saudade da Bahia, ou para quem ainda não a conhece, uma forma de sentir, mesmo à distância, o que é o axé em sua forma mais pura: uma força que nos conecta ao que é profundo, essencial e intemporal. Desfile de excelência.
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