Startup desenvolve equipamentos audiovisuais para cineastas negros e independentes

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Startup desenvolve equipamentos audiovisuais para cineastas negros e independentes
Foto: Divulgação

Inconformados com as dificuldades de fazer cinema no Brasil, Hugo e Nathali são dois jovens negros e irmão que criaram um coletivo de cinema negro. O coletivo também se tornou uma startup de tecnologia, a WoTec que em iorubá (Wo) significa (visão), e Tec, em português, a abreviação tecnologia. Equipamentos de baixo custo para produções com quase zero de orçamento são as características da WoTec, a empresa que vem sendo acelerada através de mentorias do Instituto Ekloos. 

O foco no público negro e periférico, fez com que os irmãos adaptassem os equipamentos para desvenciliar o racismo institucional. Com a morte de jovens negros, pobres e das periferias brasileiras, demonstrando um enorme genocídio no país e visto que muitos de seus clientes são produtoras e cineastas que residem nessas periferias, a WoTec teve a preocupação de criar equipamentos que não tivessem a cor preta.“Decidimos que nossos produtos não poderiam ser pintados de pretos, ou cores escuras, para evitar que fossem confundidos com armas de fogo. Isso não garante que incidentes como se não aconteçam, mas foi uma estratégia que adotamos pensando na segurança de quem usa. Dessa forma qualquer pessoa pode utilizar nossos produtos.” completa Hugo Lima.

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Nascidos na Zona Oeste do Rio de Janeiro, foi em 2016 que Hugo Lima e Nathali de Deus, após o desafio de aprontarem “Siyanda”, filme que  foi produzido em um prazo de 72 horas, identificaram a necessidade de se criar um negócio que disponibilizasse soluções tecnológicas de baixo custo para cineastas independentes e de baixa renda, viabilizando a produção audiovisual em comunidades e periferias. O filme, que tratava de uma mulher negra rejeitada em uma vaga de emprego, produzido com poucos recursos técnicos e financeiros, foi bem avaliado pela crítica e venceu o prêmio de melhor roteiro, conquistando a posição de 3° melhor filme no Festival 72horas.  

Agora com a WoTec, estão produzindo no mercado equipamentos e acessórios como: três tabelas, suspensão pra microfone shotgun, estojos para cartão de memória, presilhas elásticas, baterias para câmeras e equipamento de áudio, suporte para câmeras, mesas de luz inteligente wi-fi e sem fio, entre outros. Ao todo, são 3 linhas de produtos: produtos de assistência de câmera, equipamentos com eletrônica embarcada para luz e câmera, acessórios vestíveis como coletes e cartucheiras para set de filmagens. 

A WoTec surge como startup brasileira que é pioneira em criar do artesanal para o altamente tecnológico, levando qualidade e criatividade para o audiovisual. Foi durante a pandemia, em agosto deste ano, que o projeto foi selecionado para o Programa de Aceleração Social Impulso, uma iniciativa do Instituto Ekloos, com o apoio do Oi Futuro e Labora e patrocínio da Oi e Secretaria de Cultura do Rio de Janeiro. O objetivo do edital foi impulsionar negócios de impacto social, grupos e coletivos da área cultural, para que possam se desenvolver, estruturar/aperfeiçoar seus processos de gestão e ampliar o seu impacto social. Após participar do programa de aceleração, Hugo e Nathali remodelaram os produtos, desenharam estratégias, e agora estão sendo lançadas para o mercado.

Cineastas, pequenas e grandes produtoras e produtores de conteúdo audiovisual podem adquirir os produtos da WoTec através do site, instagram (@wotecnologia) ou WhatsApp. Os produtos estão disponíveis pela loja https://www.wotecnologia.com.br/shop.

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