Criado por Thiago Consp, grafiteiro desde 1999 e ilustrador formado em design gráfico, a obra intitulado “O não lugar”, faz parte da série de ilustrações e murais de grafite “Estudos Sobre o Silêncio”, que ganhou destaque com a estreia da empena no Minhocão, feita para o Festival Estamos Vivos.
Com 27 metros de altura, o mural apresenta a imagem de um jovem negro parado diante da imensidão da cidade e retrata a relação do homem negro com a cidade de São Paulo. A obra está localizada entre a rua Apa e a Al. Nothmann ao lado do Elevado Pres. João Goulart.
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O principal objetivo da série é desenvolver imagens que abordam a relação do corpo negro periférico com a sociedade brasileira e fazer com que as pessoas acostumem-se com um homem preto, parado e grande e não leve sua imagem para o “marginal”, como ocorre na sociedade, que produz milhares de mortes negras ao ano.
“O lance da empena é colocar uma pessoa preta, uma pessoa grande, parada no minhocão. Essa é uma região em que muita gente passa diariamente e elas vão ver uma pessoa preta lá parada”, explica o autor. O questionamento do artista é justamente sobre o quanto pode ser assustador a presença de uma pessoa negra, para a sociedade em geral.
“Essa série é justamente um processo de ressignificação dessas marcas na relação cotidiana, que traz a presença negra masculina para os espaços coletivos da cidade e, assim, gera um debate sobre essa presença para além de um lugar de afirmação de violências e silenciamento. O que apresento é o protagonismo negro influenciado visualmente pela cultura Afropunk, atuando no reforço da sua narrativa”, conclui Consp.
O festival ‘Estamos Vivo’ tem a proposta de dar ampla visibilidade para o trabalho de artistas pretos reforçando o quanto estão produzindo e criando narrativas durante seu tempo e foi criado pela ilustradora e artista visual Soberana Ziza.
Confira a finalização da obra:
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