Durante essa semana muito foi falado sobre a saúde mental das mulheres negras a partir da decisão de Simone Biles (uma das maiores ginastas da atualidade) de desistir da final individual geral nas olimpíadas de Tóquio 2020 para priorizar o seu bem estar psicológico.
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Nesta quinta-feira aconteceu a final em que a brasileira Rebeca Andrade competia pelo ouro e as reações de Simone Biles a cada performance de Rebeca chamou a atenção dos internautas.
Cada vibração da ginasta norte-americana para as apresentações da brasileira nos lembra sobre sororidade entre as mulheres negras e o quão especial e importante é essa conexão. Em uma competição com ginastas representantes de diversos países e etnias diferentes as vibrações e as calorosas demonstrações de admiração entre mulheres negras chama muito atenção.
Por muitos anos, mulheres negras acreditaram que não pertenciam a certos lugares, e que deveriam se contentar com o que era imposto. Até hoje sofremos muito com as autocobranças e todo o esforço para sempre alcançar uma perfeição inexistente, é doloroso. Acabamos nos tornando por diversas vezes nosso maior inimigo.
No modelo patriarcal em que vivemos, somos expostas diariamente à rivalidade feminina, colocadas em competições em diversas áreas, de forma que aprendemos a odiar outras mulheres sem motivo. E pelo histórico de preterimento entre mulheres negras é ainda mais difícil se esquivar dessa competição e se aliar a mulheres negras, o que acaba nos enfraquecendo.
Nós precisamos nos fortalecer e fortalecer as outras. Ver Simone Biles dar pulinhos de alegria com um movimento bem executado de uma outra mulher negra que ameaça a medalha do seu país nos diz muito sobre sororidade negra e é algo que devemos praticar. Lute, torça e celebre as conquistas de mulheres negras!