O servidor púlico federal Paulo Arifa, de 38 anos foi acusado por uma vendedora da rede Studio Z Calçados, localizada do Pantanal Shopping, em Cuiabá, de ter furtado um calçado no valor de R$79,99. Segundo reportagem do G1, Paulo foi ao shopping e comprou o calçado na Studio Z e já saiu usando o produto, indo até uma loja de roupas em seguida. O servidor também saiu do provador já com as roupas novas quando foi abordado pelos seguranças do shopping. “Escutei a vendedora da Studio Z falando ‘ele pegou o sapato’, ainda questionei sobre o que ela estava falando e ela repetiu que eu havia roubado o calçado. Nesse momento o segurança me abordou e pediu a nota fiscal”, conta.
Com o nervosismo da situação, Paulo não conseguiu achar a nota fiscal com a comprovação da compra. “A vendedora continuou me acusando, falando que tinha pegado o troco na loja de roupas, que ela tinha visto. Mas eu tinha feito o pagamento no débito e não em dinheiro. Uma situação humilhante. Neste momento já tinha um grupo de cinco a oito seguranças me cercando”, diz Paulo, que disse ter sido empurrado e torcido o tornozelo e ouviu que a Polícia Militar seria acionada.
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Paulo contou à reportagem do que lembrou dos recentes casos de homens negros que foram mortos em lojas após atritos com a segurança e se sentiu em perigo real. “Lembrei da situação do João Alberto, pensei que eles realmente poderiam fazer pior. Já fui abordado outras vezes, pessoas negras passam por esse tipo de situação no Brasil, mas não dessa forma. Fui julgado e condenado naquele momento”, desabafa.
Paulo conseguiu contato com sua coordenadora do trabalho, que foi até o Shopping Pantanal. Após reunião, o servidor encontrou a nota fiscal da compra e mostrou à direção do shopping que alegou que a postura dos seguranças “seguiam procedimento padrão”. “Esse maldito procedimento operacional padrão parece que está no DNA de uma pessoa que nasce com determinada cor de pele”, diz o servidor.
Em nota padrão para esses casos, em seu perfil do Instagram a Studio Z Calçados postou:
“A Studio Z lamenta o episódio ocorrido no dia 9 de junho no Shopping Pantanal, em Cuiabá, e declara que já está tratando com as partes envolvidas. A empresa repudia todo e qualquer tipo de preconceito e discriminação racial, física e social. A marca reforça seus valores e reitera que é uma empresa inclusiva, diversa, que respeita e valoriza a igualdade”.
O Pantanal Shopping também divulgou nota:
“O Pantanal Shopping esclarece que não tolera nenhuma forma de discriminação ou violência e que o tratamento narrado não faz parte das diretrizes do shopping, que baseia a abordagem com o público de forma geral em valores como ética, respeito, humildade e transparência”.
O Mundo Negro tentou contato com a assessoria de ambas as empresas, mas não obteve resposta.
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