Péricles, um dos principais nomes do pagode, marca presença na música “Um Tom de Azul“, do novo álbum do rapper Rashid, intitulado “PORTAL“. A faixa do disco traz um blues/soul abrasileirado cujo título faz referência direta ao álbum “Kind of Blue” (1959), do ícone do jazz Miles Davis, versando sobre a dualidade da relação com o dinheiro em meio a ascensão social.

“A música fala principalmente do sentimento das pessoas que vem da periferia quando ascendem minimamente financeiramente. Uma hora você não tem nada, de repente você passa a ter alguma coisa e quando você acha que as coisas mudaram, a realidade te mostra que você continua sendo visto da mesma forma. Isso causa um choque, um sentimento de vingança, de você se vingar ganhando dinheiro”, afirma Rashid.

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O quinto álbum de estúdio do artista registra os pilares que o figuram como uma das vozes mais importantes do rap nacional. O novo projeto marca vários dos portais que o atravessaram ao longo dos últimos anos, seja com a paternidade ou pelos relacionamentos consigo mesmo ou com o outro, por exemplo.

Ao longo de 9 faixas, o disco também conta com participações de Lenine, Melly e Lagum, além de inaugurar um novo olhar de Rashid direcionado a si mesmo, enquanto indivíduo despido de qualquer amarra. “PORTAL” sucede o lançamento do single “Cairo”.

Em contraponto ao reverenciado álbum-áudio-filme “Movimento Rápido dos Olhos” (2022), que narra uma cruzada épica em busca da transformação coletiva, o novo ângulo artístico conceituado por Rashid dá enfoque ao indivíduo.

“Um portal é atravessado toda vez que vivenciamos uma situação limite, seja este um grande amor, uma grande decepção, uma conquista, uma derrota, o luto ou uma epifania. A vida está cheia de portais pelos quais teremos de cruzar sozinhos, já que a grande jornada da existência é, acima de tudo, individual”, explica o cantor.

O primeiro contorno do disco foi apresentado em julho com o lançamento de “Cairo”, canção que celebra o maior e mais importante PORTAL atravessado por Rashid, a paternidade. A faixa é nomeada a partir do primeiro filho do artista, que ainda marca presença ao longo do projeto em curtas pílulas de afeto que transacionam as canções, ao mesmo tempo que dão um respiro para as temáticas densas que o disco discute.

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