Racismo no mercado de trabalho: estudo revela que 17% dos jovens negros se sentem discriminados em processos seletivos

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Racismo no mercado de trabalho: estudo revela que 17% dos jovens negros se sentem discriminados em processos seletivos
Foto: Freepik

Dados da Pesquisa Diversidade Jovem sobre a percepção de jovens negros brasileiros revelaram que 17% dos participantes do estudo tiveram a impressão de terem sido desclassificados de vagas de trabalho em razão da cor da pele. O número é mais que o dobro quando comparado com as respostas de jovens brancos, apenas 7% deles tiveram a impressão de que foram desclassificados de processos seletivos por conta da cor da pele.

Ainda sobre o mercado de trabalho, 18% dos jovens negros entrevistados acreditam terem sido excluídos de grupos de trabalho epor serem negros e 23% afirmam ter sofrido violência verbal, física ou psicológica no trabalho motivada pelo fator racial.

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Realizada pelo Espro (Ensino Social Profissionalizante), entidade filantrópica que atua na inclusão de adolescentes e jovens em vulnerabilidade no mercado de trabalho, a pesquisa também apontou que 77% dos entrevistados já sofreram ou presenciaram situações de preconceito em serviços como transportes, consultórios médicos, restaurantes, lojas ou eventos.

A Pesquisa Diversidade Jovem 2022 ouviu 1.657 adolescentes e jovens, sendo 774 negros, com idades entre 15 e 23 anos, que são aprendizes ou estagiários da instituição. O índice de confiabilidade é de 99% e a margem de erro é de 3%.

“Esta é a primeira edição de um estudo que terá periodicidade anual e que nos ajudará a entender melhor não apenas os desafios para a inclusão de uma maior pluralidade nos ambientes que os jovens frequentam, mas também em nossa própria instituição”, comenta Alessandro Saade, superintendente executivo do Espro.

O estudo também trouxe dados sobre ambientes em que jovens negros se sentem mais à vontade. 91% deles responderam que ficam mais à vontade conversar quando estão acompanhados dos amigos, 79% se sente mais à vontade nas escolas e faculdades e 77% dos jovens negros respondentes apontou o núcleo familiar como ambiente em que se sente mais confortável para conversar.

A pesquisa ainda apontou que 59% e 40% dos jovens responderam que conversam e vivem sua diversidade em ambientes de trabalho e de fé.

Perfil dos entrevistados

A Pesquisa Diversidade Jovem 2022 foi realizada por meio de um questionário online estruturado com 28 perguntas. Participaram do levantamento jovens de 15 estados mais o Distrito Federal, com predominância de pessoas de São Paulo (42%), Paraná (21%), Rio de Janeiro (9%) e Rio Grande do Sul (7%).

Os respondentes têm idade média de 19 anos, com a maioria habitando lares com três ou quatro moradores (62%) e de famílias com renda média de um a três salários mínimos (58%). 11% dos adolescentes e jovens ouvidos integram famílias com renda mensal inferior a um salário mínimo.

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