Só em 2019, o consumo brasileiro por podcasts cresceu em 67%, sendo que 40% das pessoas conectadas à internet no País já ouviram um podcast e mais de 31 milhões ouvem com uma frequência mensal. Esses números deixam o Brasil atrás apenas do Estados Unidos, país com maior consumo global. Os dados são do IBOPE, Deezer e Spotify e revelam o quanto esse formato tende a continuar crescendo nesse contexto de Revolução Digital impulsionado pelo contexto do isolamento social que foi proporcionado pela pandemia do COVID-19. Além disso, os podcasts têm sido um grande atrativo à parcerias com marcas. De acordo com a pesquisa da Associação Brasileira de Podcasters, 63% dos ouvintes dizem já terem comprado produtos e serviços após serem anunciados em algum podcast.
Com isso, o Mundo Negro conversou com os apresentadores e apresentadoras de cinco podcasts negros para descobrir quais podcasts eles escutam e indicam. Confira:
Notícias Relacionadas
Conheça alguns dos atletas paralímpicos que estão representando o Brasil em Tóquio
13 de maio: 4 livros para conhecer a verdadeira história dos negros no Brasil
Meteora Podcast
Apresentação: Cris Guterres e Renata Hilário
A Cris indicou os últimos podcasts que mais ouviu no último mês, que foram o ‘Afrofuturo’, podcast apresentado por Maria Morenah e Luciane Nascimento, duas mulheres cariocas que falam sobre afrofuturismo e ancestralidade. O ‘Praia dos Ossos’ que para a Cris é um presente, um podcast muito rico com um trabalho de pesquisa absurdo e que vem para nos trazer novas reflexões sobre o machismo e o feminicídio. É um podcast da rádio Novelo, produzido pela jornalista Paula Scarpin. O podcast da ‘Michelle Obama’, que apesar da barreira do inglês, segundo ela é bem gostoso, e interessante para quem já vem acompanhando a trajetória de Michelle por meio do livro e do documentário no Netflix, trazendo as questões de forma mais aprofundada. O ‘Tudo Odara’, apresentado pela jornalista baiana Rita Batista, em que ela apresenta de forma livre um podcast bem curtinho, com cerca de 3 a 5 minutos, sobre como lida com questões do dia a dia, como um dia em que o pneu do carro dela furou duas vezes na mesma semana e ela conta como lidou com isso. E por fim, o ‘Café da Manhã’, podcast que escuta todo dia pela manhã, sendo o que mais se informa. Eles se aprofundam mais em um assunto e depois dão uma breve resumida sobre os assuntos que aconteceram no dia anterior, sendo diário de segunda a sexta-feira.
Já Renata, também indicou o ‘Praia dos Ossos’, e o definiu como um estilo de rádionovela somado à documentário criminal, visto que é sobre a morte de Ângela Diniz em 1976. Ela também indicou o podcast da ‘Michelle Obama’, além do episódio com a Bozoma CMO do Netflix do ‘At home with Leaders’ e o ‘Oprha – Super Soul’.
Negro da Semana
Apresentação: Alê Garcia
Como a podosfera se torna uma dimensão cada vez mais gigantesca, repleta de programas diferentes para explorar, o Ale resolveu trazer alguns dos podcasts que adora escutar para tentar facilitar a entrada de novas pessoas prestes a se apaixonar. A ordem é completamente aleatória, a sua explicação sobre por que você deve ouvir serão as mais sucintas possíveis. Ele diz que se puder conquistá-lo em uma única frase, ficará feliz e começa pelo ‘Pretas na Rede’, em que mulheres negras falam sobre o que lhes é importante: essencialmente, cultura negra; o História Preta que traz histórias fundamentais sobre cultura negra; o ‘Podcast, Mano’ que é sobre cultura Hip-Hop profunda; o ‘Lado Black’, sobre cultura negra em doses maciças; o ‘Meteora Podcast’ que são duas minas negras poderosas falando sobre cultura negra poderosa; O ‘Lado Negro da Força’, que trata sobre cultura nerd por pessoas negras e o ‘Per Raps’, sobre comportamento, música, lifestyle, na perspectiva de pessoas negras.
Influência Negra
Apresentação: Nath Braga e Cleyton Santanna
O Cleyton dividiu suas indicações por diferentes formatos e necessidades que ele tem. Ele começa pelo ‘Foro de Teresina’, que tem recorte político e pelo ‘O Assunto’, do G1, que são podcasts que escuta bastante e com perfil mais jornalístico. Este dois são para que possa se manter antenado, pensar no que pode transformar em conteúdo, além de fazer recorte para suas produções pessoais. Já os podcasts que escuta para se inspirar e alimenta seu bem-estar no ouvir, ele começa pelo podcast ‘Afetos’, o qual passa horas escutando. Ele diz que por morar só, parece que está com elas em casa tendo uma conversa. Também gosta muito do ‘Abroadcast’ da Bel Oliveira, que traz a perspectiva da mulher preta morando fora do Brasil e explorando outros países. Outro podcast é o ‘Sofia’, uma rádio-novela original do Spotify, um formato que já tinha pensado em fazer, mas que não colocou em prática por ser muito trabalhoso. Cleyton também indicou o ‘Praia dos Ossos’, como as apresentadoras do Meteora. Ele diz que a narração é um pouco arrastada e lenta no começo, mas gera uma reflexão importante sobre como o assassinato de uma mulher repercute nos anos 70.
Já Nath, fez um vídeo em seu canal no Youtube só para falar sobre suas indicações. Aqui selecionamos algumas delas, que são o ‘Meteora Podcast ‘(mais uma vez, estão arrasando hein Cris e Renata!), também indicou o ‘Afetos,’ da Gabi Oliveira e Karina Vieira (inclusive elas deram spoiller no último episódio sobre o feat de Afetos com Influência Negra); o ‘Angu de Grilo’, apresentado pelas jornalistas Flávia Oliveira e Isabela Reis, que são mãe e filha. Outra indicação é o ‘Afropai’, o qual ela comenta sobre o quão raro é vermos homens negros falando sobre paternidade e conta que apesar de estar há alguns meses sem novos episódios, maratonar os já gravados vale muito a pena. E por fim, outra indicação internacional, que é o ‘Jesus and Jollof’, feito por duas mulheres negras nigerianas e cristãs que vivem nos Estados Unidos, que são bem-sucedidas por lá e contam sobre como é essa vivência.
Afropausa
Apresentação: Guilherme Dresch, Igor Pinheiro, Julia Teodoro, Laise Alves, Larissa Araújo e Larissa Santos
É Formado por seis jovens publicitários, sendo um deles a Júlia Teodoro que dividiu os principais podcasts que escuta que são, o’ AmarElo’ do Emicida, que considera muito bom! E o outro que ela gosta de escutar para dormir, e que é infantil, mas tem histórias muito legais é o ‘Histórias de Ninar para Garotas Rebeldes’, com várias mulheres negras que contam histórias de um jeito leve e que contribui muito para aumentar seu repertório.
O Lado Negro da Força
Apresentação: Augusto Oliveira
Indico meus cinco podcasts favoritos, que são o ‘People’s Party With Talib Kweli’, podcast de um MC que não parou no tempo, nem de produzir. Cheio das histórias de estúdio e de rolê que eu amo tanto. O podcast não tem medo de abordar conversas difíceis e discordar com força do convidado. O ‘AfroPausa’, que ele considera como os primos publicitários do Lado Negro. Com um tom de voz mais institucional e foco no mercado publicitário esse time aí entrega as pautas difíceis num pacotinho muito bonito. O ‘Factually With Adam Conover’, podcast que me ensina muito sobre o funcionamento do mundo. Quando eu tô bravo com o Brasil lembro que tem outros lugares com problemas piores e mais específicos através desse podcast. O ‘Comedy Trap House’, para quando você só quer ouvir uma besteira. Esses 5 negrões são comediantes que consegue fazer episódios de uma hora sobre como um deles não sabe a letra de “It wasn’t me” e canta tudo torto. Ou como um deles furou a quarentena pra transar mas nem tudo saiu como esperado. E por fim, o ‘Programa Freestyle’. Apresentado por Marcílio Gabriel, que foi o primeiro podcaster preto do Brasil. Ele é amante do Hip-Hop, jornalista que, segundo Augusto, sabe exatamente como extrair o melhor de cada entrevistado e andou pra que muita gente pudesse correr.
Bônus: As top indicações em comum entre os podcasters foram os podcasts Praia dos Ossos, Afetos, Michelle Obama e o próprio Meteora Podcast que foi entrevistado para essa matéria.
Notícias Recentes
Dicas de desapego e decoração ancestral para o fim de ano com a personal organizer Cora Fernandes
Sueli Carneiro se torna a primeira brasileira reconhecida como cidadã beninense