Com o objetivo de desenvolver projetos que visam a inclusão social e econômica de pretos e pardos que, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em sua Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) representavam 64,6% dos desempregados no último trimestre de 2018, organizações não governamentais buscam combater essa realidade.
No início desta semana completamos 131 anos da assinatura da Lei Áurea, que fez com que os negros escravizados no Brasil tivessem direito à “liberdade” garantido. Apesar desta “simbólica” assinatura, mais de um século depois ainda temos muito a avançar. A população preta ainda é atingida de forma brutal pelo racismo e sente as consequências vividas pelos antepassados que foram escravizados. Segundo o IBGE, no levantamento realizado em 2012, 65% dos brasileiros em situação de extrema pobreza são negros.
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O Instituto Ser+ é uma das organizações que desenvolve projetos em parceria com empresas renomadas e visa o desenvolvimento de autoestima, autoconhecimento, empreendedorismo, cidadania, além de cursos técnicos, para jovens em vulnerabilidade social, fazendo com que possam trilhar novos caminhos, tornando-os protagonistas sociais.
Segundo a diretora executiva do instituto, Wandreza Ferreira, o trabalho pela inclusão de jovens em situação de vulnerabilidade social, oferecendo cursos para capacitação técnica e socioemocional é fundamental.
“É preciso empoderar esses jovens, fazer com que se sintam protagonistas na construção de uma nova história. E para tanto, entender quem são, o que gostam e, principalmente, o que podem fazer para mudar suas próprias vidas, é essencial. No caso dos jovens pretos e pardos, esse trabalho é ainda mais valioso e necessário, afinal vivemos em um país onde o preconceito existe, apesar de velado“, diz.
A Iniciativa Lift é um dos projetos especiais do Ser+ para jovens pretos e pardos, fundada em 2014 pelo Goldman Sachs, grupo financeiro internacional, em parceria com a Linklaters e a Associação Alumni, que hoje também conta com a Bloomberg, Bank of America Merrill Lynch, HSBC e McKinsey como patrocinadores e com o apoio do Cescon Barrieu, Consulado Geral Britânico e Grupo Cia de Talentos, visa promover a igualdade racial, utilizando o ensino da língua inglesa como ferramenta de mobilidade social.
Nessa edição da Iniciativa, há novos parceiros interessados em somar com os demais apoiadores. A proposta é o curso de inglês, que acompanha mentoria e workshops sobre o desenvolvimento de carreira. O público-alvo são universitários pardos e pretos, em situação de vulnerabilidade social, da grande São Paulo.
A outra iniciativa é o Projeto Diversidade Racial, realizado pela Faculdade Zumbi dos Palmares e o Instituto FEBRABAN de Educação (INFE), em parceira com o Instituto Ser+ e a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).
Durante o Projeto, serão desenvolvidas habilidades exigidas pelo mercado de trabalho, além de abordar disciplinas como macroeconomia, matemática financeira e comercial e contar com atividades práticas com profissionais do mercado e empresas para aproximá-los do mundo corporativo. A capacitação visa, também, desenvolver competências socioemocionais dos jovens, com aulas sobre relacionamento interpessoal, comportamento no ambiente de trabalho, comunicação empresarial e educação financeira.
“Essas e outras iniciativas, voltadas para população em vulnerabilidade social, são extremamente importantes para mostrar a esses jovens que eles podem ser muito mais. No Instituto trabalhamos diversos cursos que focam em inclusão social, como educação empreendedora, fotografia, cidadania, entre outros. Há, ainda, o Programa de Socioaprendizagem, que abre oportunidades para o primeiro emprego. O único caminho para a igualdade social e maior desenvolvimento do país é a educação“, finaliza Wandreza.
O Ser + é uma organização sem fins lucrativos, nascida em 2007 com o propósito de desenvolver o potencial de jovens em vulnerabilidade social, com idades entre 15 e 24 anos, contribuindo com a sua formação integral, descoberta de talentos e conquista do primeiro emprego.
Apostando em pilares como protagonismo social, valor compartilhado e novas oportunidades, em 2014, o Instituto foi incorporado ao sonho da empresária Sofia Esteves, que tinha como propósito devolver à sociedade tudo aquilo que ela havia aprendido e conquistado trabalhando por mais de 30 anos com o público jovem, estando à frente do Grupo Cia de Talentos.
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