Projeto brasileiro receberá US$ 10 milhões para investir em educação pública antirracista

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Projeto brasileiro receberá US$ 10 milhões para investir em educação pública antirracista
Foto: iStock.

A iniciativa Seta foi elaborada pela ActionAid em parceria com Ação Educativa, Campanha Nacional pelo Direito à Educação, CONAQ – Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas, Geledés – Instituto da Mulher Negra, Makira E’ta – Rede de Mulheres Indígenas do Estado do Amazonas e UNEafro Brasil

Projeto Seta – Sistema de Educação por uma Transformação Antirracista, foi anunciado nesta terça-feira (11) como um dos cinco premiados do Desafio de Equidade Racial. A iniciativa, única brasileira e latino-americana entre os cinco, será implementada graças ao valor ganho, que totaliza 10 milhões de dólares. A premiação global está concedendo, ao todo, 80 milhões de dólares aos cinco premiados para construir e viabilizar ideias de enfrentamento às desigualdades raciais em todo o planeta.

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O Seta foi elaborado por um grupo de trabalho formado pela ActionAid e outras seis organizações de sociedade civil: Ação Educativa, Campanha Nacional pelo Direito à Educação, CONAQ – Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas , Geledés – Instituto da Mulher Negra, Makira E’ta – Rede de Mulheres Indígenas do Estado do Amazonas e UNEafro Brasil. O subsídio será fundamental para viabilizar mudanças transformadoras e de longo prazo nos sistemas e instituições que ainda vivem sob desigualdades raciais no Brasil. Fortalecer juventude, educação e movimentos negros é a chave para que seja desencadeado um processo de transformação no Brasil.

“A educação é um vetor de transformação e de mobilidade social. Os dados sobre desempenho escolar da população negra, indígena e quilombola evidenciam que o estado brasileiro não oferece uma educação de qualidade para essa população. É preciso criar um ecossistema educacional que entenda e pressione o poder público sobre a importância e urgência no investimento na equidade racial na educação. Por isso estão previstas ações com diferentes grupos sociais, articulação e mobilização de camadas da sociedade, parcerias com universidades, institutos, fundações e fundos que trabalham com a educação”, aponta Ana Paula Brandão, diretora de Políticas e Programas da ActionAid no Brasil e uma das gestoras do Projeto Seta.

Pessoas que compõem a organização do Projeto Seta durante seminário no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro. Foto: Divulgação.

O Desafio de Equidade Racial 2030, lançado em 2020, foi criado com o intuito de viabilizar e escalonar ideias de transformação dos sistemas e instituições que ainda sustentam as desigualdades raciais. O objetivo é desencadear soluções que possam melhorar a vida de crianças, de famílias e de comunidades em todo o planeta.

O anúncio do Desafio de Equidade Racial ocorreu em 2020, 90 anos após a fundação da Fundação W. K. Kellogg. Foram recebidas pelo Desafio da Equidade Racial 2030 1.453 inscrições de 72 países. Em setembro de 2021, a Fundação Kellogg anunciou os 10 projetos finalistas, sendo o Projeto Seta um destes. Todas as iniciativas passaram por um processo com várias etapas de revisão, diálogo e diligências, que envolveram especialistas multidisciplinares de todo o mundo. 

“Educação é uma ferramenta poderosa. Como nosso fundador Will Keith Kellogg disse, ‘a melhor oportunidade de transformação de uma geração para outra é a educação'”, diz Carla Thompson Payton, vice-presidente de estratégia programática na Fundação W.K. Kellogg. “A ActionAid e demais organizações do Seta estão utilizando a educação como ponto de partida para conscientizar as pessoas e eliminar o racismo estrutural no Brasil. Estamos orgulhosos de sermos parceiros pelos próximos oito anos”. 

O Desafio de Equidade Racial 2030 foi administrado em parceria com a Lever for Change, uma organização sem fins lucrativos filiada à Fundação John D. e Catherine T. MacArthur, que conecta doadores com soluções ousadas aos maiores problemas do mundo – como questões de desigualdade racial, desigualdade de gênero, falta de acesso a oportunidades econômicas e mudanças climáticas. Mais informações sobre o Desafio de Equidade Racial 2030, os premiados e os finalistas podem ser encontrados no site.

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