A plataforma de mapeamento e difusão de artistas visuais negros e negras, Projeto Afro, que atua desde 2018, se consolida como a maior do setor. Liderada e idealizada pelo curador e pesquisador Deri Andrade, o projeto atua com pesquisa desde 2017, mapeando a produção de autoria negra no Brasil e exibindo sua multiplicidade, seus inter-relacionamentos e sua abrangência.
Em 2023 a plataforma contou com o apoio do Instituto Ibirapitanga e com o auxílio, pôde ampliar seu alcance e aumentou significativamente o mapeamento de artistas. A plataforma, que contava com 184 artistas no início de 2023, atualmente reúne 327 artistas, ampliando as regiões do Brasil e aumentando o número de artistas mapeados em 143, ou seja, um crescimento de 77,7%.
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Entre os novos 143 artistas mapeados encontram-se nomes já consagrados, como Panmela Castro e André Vargas, que não estavam no mapeamento do ano anterior, e novos nomes como: Manauara Clandestina, Guilhermina Augusti, Matheus Ribs, Nay Jinknss, Paty Wolff, Diambe, Joelington Rios, Vitú de Souza, Milena Ferreira, Luna Bastos, Ueliton Santana, Augusto Leal, dentre outros. Confira lista completa aqui.
Nos perfis de artistas encontrados no site é possível encontrar informações sobre suas trajetórias, exposições, museus que abrigam seus trabalhos nos acervos e galeria de imagens. De forma cruzada, o site permite que a busca pelas páginas possa ser feita a partir de dados geográficos, ano de nascimento e técnicas. Completam o conteúdo uma seleção de artigos acadêmicos, dissertações e teses que tratam da temática no âmbito da academia. Uma Agenda traz ainda indicação de eventos, entre exposições, debates e encontros, com foco na pesquisa tema do Projeto Afro.
Alguns artistas mapeados pela plataforma podem ter seus trabalhos conferidos na exposição “Encruzilhadas da arte afro-Brasileira”, com curadoria de Deri Andrade, idealizador do Projeto Afro. A mostra é um desdobramento do Projeto e reúne um vasto período da produção artística no Brasil, do século 19 até os contemporâneos nascidos nos anos 2000. Na mostra, o público também pode conferir a primeira obra do acervo do Projeto Afro, um trabalho em fotografias de Vitú de Souza/Nagôgrafia, que teve o apoio do Ibirapitanga. A exposição tem produção da Tatu Cult, que apoia o Projeto Afro desde 2020, e patrocínio da BB Asset e Banco do Brasil.
“A exposição traz outra referência e um novo olhar da arte brasileira aos visitantes”, afirma o curador. “A história da arte do Brasil apaga a presença negra e o artista negro do seu referencial”, completa. São cerca de 150 pinturas, fotografias, esculturas, instalações, vídeos e documentos abordando uma variedade de temáticas, técnicas e descritivos, distribuídos pelos cinco andares do CCBB SP.
“O apoio do Instituto Ibirapitanga foi fundamental para a atualização do mapeamento e a consolidação da plataforma como um referencial da arte produzida por artistas negros no Brasil. No ano de 2023, publicamos artigos, com pesquisadores convidades e uma série de publicações nas redes sociais do Projeto Afro que ampliaram o debate e a pesquisa”, aponta Deri Andrade.
O conteúdo do Projeto Afro já vem sendo publicado nas redes sociais da plataforma desde 2018, Facebook (@projeto.afro) e Instagram (@projeto.afro), garantindo informações sobre os/as artistas e iniciativas.
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