Olhar para a formação dos professores, incluindo o conhecimento em tecnologia, é uma das principais chaves para levar mais qualidade à educação pública. A pandemia de COVID-19 impôs que muitos docentes e alunos iniciassem o ensino a distância sem estarem prontos para isso, como resposta acompanhamos a alta evasão escolar, o retrocesso da alfabetização e o impacto negativo na saúde mental desse público

Apesar dos pesares, mesmo com o fim da pandemia, algumas necessidades permaneceram, afinal, quando obtém espaço e condições, a nova geração assimila muito bem os conteúdos expostos através de ferramentas digitais. Essa exposição – acompanhada e responsável – pelo mundo online, é uma forma de prepará-los para as demandas da vida real: mercado de trabalho, construção de pensamento crítico e facilidade para resolução de problemas.

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Durante a abertura do 25º Fnesp (Fórum Nacional de Ensino Superior Privado), em São Paulo, o ministro da educação, Camilo Santana, expôs sua insatisfação em relação à qualidade atual das licenciaturas no país. Segundo ele, é necessário melhorar a condição dos cursos tanto na rede privada como nas públicas.

“Todos os programas que lançamos para melhorar a qualidade da educação básica [o pacto nacional de alfabetização e o de ampliação de escolas em tempo integral] dependem da formação de qualidade dos professores. Garantir uma educação de qualidade para as nossas crianças depende da qualidade do professor que está em sala de aula”, afirmou o ministro. 

Não podemos esquecer que em um país de dimensões continentais, onde existem desigualdades em todas as áreas, em especial na educação, a qualidade deste segmento é afetada diretamente e a resolução é um fator complexo. É inegável que um bom investimento pode permitir uma melhor qualidade na formação dos professores e consequentemente a ampliação de profissionais preparados. 

Com isso, também é possível reduzir o tamanho das turmas e melhorar as instalações escolares, oferecendo espaços de iniciação de tecnologia para que todos e todas tenham as mesmas oportunidades.

Sem dúvidas a educação digital traz uma série de diferenciais que tornam a aprendizagem mais dinâmica e personalizada. Além dos alunos, professores também podem contar com suporte para melhorar seus planos de aula e, com isso, facilitar a prática pedagógica. 

Entretanto, o ensino brasileiro ainda possui grandes dificuldades em relação à tecnologia e à conectividade, além da falta de capacitação na área, de acordo com o VII Estudo Global sobre uso da tecnologia na educação, professores também pontuam a falta de dispositivo nas escolas como um desafio para o uso da tecnologia na sala de aula.

Precisamos deixar no radar que o Brasil sempre possuiu um modelo de desenvolvimento excludente, não possibilitando que milhões de brasileiros acessem a escola e nela permaneçam e quando colocamos uma lupa nestas pessoas encontramos as populações pretas, pardas e indígenas. Disso resulta a lacuna na formação dos profissionais da educação e a ausência de material didático específico.

Em 2022 63% dos estudantes tinham acesso à banda larga, e 37% não tinham, fica complicado para um professor encantar o aluno com a tecnologia e também se encantar se ainda falta o básico: o acesso em casas e nas escolas, até que todas as regiões periféricas urbanas, rurais, indígenas e quilombolas estejam conectadas não diminuiremos as desigualdades.

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KELLY BAPTISTA
Kelly Baptista, atualmente Diretora Executiva da Fundação 1 bi e Top Voices no Linkedin. Atua a mais de 22 anos em diversas organizações sociais impactando milhões de jovens, mulheres e crianças, com trabalhos reconhecidos e certificados por órgãos nacionais, internacionais e governos. Gestora Pública pela UNIFESP e Consultora, membra de alguns conselhos de organizações sociais e colunista do Site Mundo Negro o maior portal de conteúdo para negros do país. Entre 2017-2019 foi eleita Conselheira de Políticas para Mulheres da cidade de São Paulo e em 2014 por um programa de fortalecimento em questões de gênero e juventude da ONU Mulheres, foi eleita uma das 25 Jovens Mulheres Líderes,mais promissoras. Membra da Rede de Líderes da Fundação Lemann, que reúne um grupo de pessoas extraordinárias, que exercem liderança, com grande potencial de mudar o Brasil e que já estão agindo para transformá-lo em um país mais justo e avançado Na Fundação 1 bi utiliza o poder das ferramentas digitais e da EDUCAÇÃO para promover oportunidade para jovens brasileiros. Tem a responsabilidade de liderar um time inovador que desenvolve tecnologias gratuitas para milhões de alunos e professores da rede pública e organizações sociais do Brasil.