A ministra Edilene Lôbo, a primeira magistrada negra a ocupar esse cargo na história do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), participou de sua primeira sessão plenária na Corte na quinta-feira, dia 28, substituindo o ministro titular André Ramos Tavares na classe dos juristas. “Este lugar e esta missão são a um só tempo resultado e ponto de partida de lutas históricas de grupos minorizados para vencer uma herança estrutural de desigualdade de oportunidades que precisa ser superada em nossa nação”, disse a ministra substituta.

Em seu primeiro discurso, Edilene enfatizou a importância crucial de o Poder Judiciário adotar uma abordagem sensível às questões de gênero e raça. “Nós, negras, somos apenas 5% da magistratura nacional. Há apenas uma senadora autodeclarada negra, portanto menos de 1% do Senado. São 30 as deputadas federais, o que corresponde a cerca de 6% da Câmara. As mulheres negras ocupam 3% dos cargos de liderança no mundo corporativo, mas 65% das empregadas domésticas no Brasil são negras”, disse ela.

Edilene também destacou a presença do povo em sua gestão e relembrou sua cidade natal no interior de Minas Gerais. “Quero agradecer a todas as pessoas que colaboraram nessa conjunção de energias, me lembrando das pequeninas meninas negras de minha infância, em Taiobeiras. É de lá que trago o sonho de que podemos mais. O povo pobre, que resiste há séculos e luta pelo resgate de sua história, esperançando, senta-se comigo nessa cadeira“, finalizou a ministra.

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