Nesse domingo (22) Dia do Folclore brasileiro. A data não é considerada um feriado nacional, mas seu significado nos alerta sobre a importância da valorização e da preservação de manifestações folclóricas do país, como Saci pererê, mula sem cabeça, Curupira e boto cor de rosa, lendas seculares e passadas de geração em geração.
Para o professor de Cultura Brasileira e Jornalismo Cultural, Fernando Pereira, da Universidade Presbiteriana Mackenzie, a importância de celebrar a data se dá pela representatividade do folclore na cultura popular, tendo em vista que toda sociedade tem sua cultura, suas tradições, crenças e costumes. “O folclore é o saber popular que se valoriza e que se perpetua ao longo das gerações. Toda sociedade humana tem sua própria forma, seus propósitos, seus próprios significados. Quem se interessa por isso com certeza sai enriquecido por inúmeros elementos que deram origem ao modo de pensar, agir e sentir do povo de quem descende. A expressão disso tudo se dá nas instituições, nas artes e no conhecimento”, diz Pereira.
Segundo o professor, os mitos folclóricos devem ser abordados no dia a dia da sala de aula no ensino infantil, pois repassar os contos é uma forma de respeitar a história vivida e contada em diversas épocas. “Isso vai permitir à criança um equilíbrio no aprendizado, um equilíbrio entre o velho e o novo, entre o real e o imaginário, entre o que é tradição e o que é produto comercial e principalmente, demonstrar que é possível fazer do passado um referencial de vida”, explica Pereira
O jornalista acredita ainda que algumas escolas não abordam o folclore com a devida importância. “Infelizmente notamos que muitas escolas e professores ignoram o significado do folclore na criação da identidade cultural do país e com isso o tema acaba sendo abordado de maneira superficial. Há que se abordar cada tema com sensibilidade suficiente para estimular a inteligência, a curiosidade e as emoções”, ressalta.
Fernando Pereira analisa que um dos aspectos da cultura, sendo a dimensão criativa, caso não seja estimulada, tende a ser esquecida. “Se termos como folclore e cultura popular forem descartados, as peculiaridades de uma miríade de mitos e crenças, artes, folguedos, festas e práticas cotidianas acabarão sendo deixadas de lado. Meu bordão em sala de aula é: Não se pode construir um futuro sem ter tido um passado. Povo sem história é povo sem futuro”.
Dada a relevância histórica da data, apesar das histórias seculares, muitas pessoas acreditam nas lendas de seres folclóricos por se tratar de narrativas utilizadas pelos povos antigos para explicar fatos da realidade e fenômenos da natureza que não eram compreendidos por eles. “Muitas pessoas acreditam em mitos e lendas porque buscam explicações para o que não entendem. Sendo assim, mitos e lendas se utilizam de muita simbologia, personagens sobrenaturais, deuses e heróis. Também temos o imaginário popular juntando todos estes componentes a fatos reais, características humanas e de pessoas que realmente existiram”, explica.
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