Segundo pesquisa realizada pela FGV, mulheres negras na linha de frente no combate ao covid são mais impactadas que profissionais brancas. Elas representam a maioria das técnicas de enfermagem ou agentes comunitárias de saúde e estão mais expostas ao vírus pois recebem menos treinamento, orientação e equipamento para se proteger da doença.
A pesquisa aponta a desigualdade racial na área de saúde e expõe que mulheres negras estão mais expostas e recebem menos suportes para a segurança. Mostrando as diversas faces do racismo na nossa sociedade.
“Temos que olhar na dimensão da interseccionalidade. As mulheres negras que estão na base do sistema de saúde, são, em geral, técnicas de enfermagem ou agentes comunitárias de saúde, que são profissões menos valorizadas e com menor nível educacional. Por isso, elas estão mais expostas ao risco do contágio, recebem menos treinamento, orientação e equipamento de proteção. A pandemia exacerba uma desigualdade estrutural que já existe, e isso impacta na sensação de mais medo e despreparo em relação aos outros profissionais”, disse Gabriela Lotta, pesquisadora da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e uma das autoras do estudo.
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A exposição não é somente ao vírus, além da falta de proteção, essas mulheres estão expostas diariamente ao assédio moral, segundo os dados da FGV as profissionais de saúde negras afirmaram sentir medo (84%), desconfiança (28%) e tristeza (53%), além de declararem mais sensação de despreparo (59%)
Sobre o assédio moral a pesquisadora da Fundação Getúlio Vargas diz “É ser constrangida e obrigada a trabalhar em condições ruins sem o governo assumir a responsabilidade e sobre o risco de ser demitido. Isso aumentou profundamente na pandemia, o que mostra como as condições de trabalho desses profissionais são precárias e vulneráveis.”
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