A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, se pronunciou nesta sexta-feira (6) sobre as denúncias de assédio sexual que levaram à demissão de Silvio Almeida, ex-ministro dos Direitos Humanos e Cidadania. Em sua nota oficial, Anielle destacou a importância de uma resposta rápida e firme em casos de violência. “Reconhecer a gravidade dessa prática e agir imediatamente é o procedimento correto”, afirmou a ministra, ao reforçar seu apoio às vítimas e elogiar a ação do presidente Lula.
Em sua declaração, Anielle trouxe uma perspectiva pessoal, mencionando os desafios que enfrentou como mulher negra ao acessar espaços de poder e sua missão em promover igualdade racial no Brasil. “Hoje eu venho aqui como mulher negra, mãe de meninas, filha, irmã, além de Ministra de Estado da Igualdade Racial”, disse Anielle, lembrando os obstáculos que viveu ao longo de sua trajetória.
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A ministra também pediu respeito à sua privacidade em um momento delicado, destacando que as tentativas de culpabilizar ou pressionar vítimas não devem ser toleradas. “Peço que respeitem meu espaço e meu direito à privacidade”, declarou. Ela ainda reiterou seu compromisso com o enfrentamento de todas as formas de violência contra mulheres, afirmando que essa é uma missão permanente de seu trabalho no governo.
A demissão de Silvio Almeida foi decidida após uma reunião entre ele e o presidente Lula, que considerou insustentável a permanência do ministro diante das acusações. As investigações seguem sob a responsabilidade da Polícia Federal e da Comissão de Ética Pública, com o governo reafirmando seu compromisso com a proteção das mulheres e a promoção dos direitos humanos.
Nota oficial de Anielle Franco na íntegra:
“Hoje eu venho aqui como mulher negra, mãe de meninas, filha, irmã, além de Ministra de Estado da Igualdade Racial. Eu conheço na pele os desafios de acessar e permanecer em um espaço de poder para construir um país mais justo e menos desigual.
Desde 2018, dedico minha vida para que todas as mulheres e pessoas negras possam estar em qualquer lugar sem serem interrompidas. Não é aceitável relativizar ou diminuir episódios de violência. Reconhecer a gravidade dessa prática e agir imediatamente é o procedimento correto, por isso ressalto a ação contundente do presidente Lula e agradeço a todas as manifestações de apoio e solidariedade que recebi.
Tentativas de culpabilizar, desqualificar, constranger, ou pressionar vítimas a falar em momentos de dor e vulnerabilidade também não cabem, pois só alimentam o ciclo de violência. Peço que respeitem meu espaço e meu direito à privacidade. Contribuirei com as apurações, sempre que acionada.
Sabemos o quanto mulheres e meninas sofrem todos os dias com assédios em seus trabalhos, nos transportes, nas escolas, dentro de casa. E posso afirmar até aqui, que o enfrentamento a toda e qualquer prática de violência é um compromisso permanente deste governo.
Sigo firme nos passos que me trouxeram até aqui, confiante nos valores que me movem e na minha missão de trabalhar por um Brasil justo e seguro pra todas as pessoas.”
— Anielle Franco, Ministra da Igualdade Racial
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