O pensamento de que o que é “humanamente” saudável também é “planetariamente” saudável, se aplica a quase tudo. Afinal, o planeta Terra é a casa dos seres humanos, e também o ventre que nos dá a vida. Então, se algo prejudica à nossa mãe, que nos alimenta, também nos prejudica. Tudo o que comemos vem do seio de nossa Mãe Terra.
Nesta edição, vamos abordar os materiais que compõem nossas ferramentas culinárias: panelas, colheres, tigelas, talheres. Falamos em alimentos e qual a melhor alimentação, e pouco sabemos sobre estes materiais e sua possível intervenção na composição final dos alimentos que ingerimos.
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Em restaurantes e locais de venda de comida, as vigilâncias sanitárias exigem que os utensílios sejam de metal ou plástico, supostamente mais higiênicos no que se refere a germes ou micróbios. Estamos chegando a um ponto de preocupação com a higiene orgânica, que estamos sendo contaminados por toxinas inorgânicas, químicas. Estas geralmente não apresentam sintomas a curto prazo, como dor de barriga e diarréia, mas seu efeito é acumulativo e, quando aparece, costuma ser grave.
A solução é a simplicidade: segundo diversos estudos sobre materiais para panelas, as feitas de barro, sem esmalte ou tinta, não apresentam contra indicações. A panela de barro demora mais para esquentar, e logo mantém a temperatura por mais tempo, possibilitando que se apague o fogo bem antes de que os alimentos tenham completado o cozimento. Os utensílios de barro são usados há milênios pela humanidade, para cozinhar, comer, armazenar água e alimentos.
Colheres e outros utensílios culinários, como tábuas de cortar, geralmente são de metal, plástico, ou madeira. Quanto ao metal, valem os mesmos parâmetros das panelas. O plástico, quando aquecido, libera substâncias tóxicas e disruptores hormonais, que desregulam nossas funções endócrinas podendo causar problemas em nossas glândulas em geral: ovários, testículos, pâncreas, suprarenais, timo, tireóide, pineal e pituitária. Quanto ao silicone, há hipóteses de uma potencial toxicidade, porém não foram encontrados estudos conclusivos. Pessoalmente, prefiro evitar aquecer qualquer material que pareça plástico.
Mais uma vez, o simples e natural está ligado ao saudável: utensílios de madeira, ou de bambu, não transferem substâncias aos alimentos.
Alguns utensílios de bambu são colados apresentando possibilidade de que algum componente da cola possa ser liberado quando aquecido.
Quanto à higiene da madeira, evite lavar com sabão. Prefira uma esponja com água quente e deixe secar bem, ao sol ou próximo do fogão, para evitar fungos. Como a madeira pega o sabor, quem cozinha com alho e cebola prefere separar tábua de cortar e colheres de pau para alimentos salgados e doces, e assim evita-se transferir o sabor de cebola, por exemplo, a uma salada de frutas.
Estas mesmas observações sobre os materiais valem para tábuas de cortar, pratos, copos e tudo o que toque nossos alimentos sagrados. Outro material inerte, mas menos acessível e mais vulnerável, é o vidro, para panelas e tábuas.
O simples vai ganhando espaço em nosso modo complicado de viver. Tudo aquilo que podemos fazer em casa, com ferramentas manuais, agride menos nosso planeta e nosso corpo. Imagine de onde vem os metais, e todo o processo pelos quais passam até se transformarem em uma panela.
Você pode fazer seus próprios utensílios de cozinha, usando madeira, bambu e coco. Do coco lixado saem tigelas lindas e duráveis. Colheres e talheres de bambu, podem ser feitos com faca e lixa. E, com habilidade para a cerâmica, quem sabe manufaturar as próprias panelas, canecas e pratos de barro?
Outros usos para as colheres de pau:
• Verificar temperatura do óleo: Para saber se o óleo para fritura esta quente, basta colocar a colher de pau na panela até o fim, quando começar a formar bolhas o óleo esta pronto para usar.
• Evitar que o macarrão grude: Experimente colocar uma colher de pau dentro da panela durante o cozimento, isso evita que o macarrão grude uns nos outros.
• Evitar transbordamento: Coloque uma colher na borda da panela, para que a água ou leite não transborde.
Maquina de lavar louça: Se você é daqueles que se apega a seus utensílios, não lave na maquina, pois isso diminui a vida das suas colheres de pau.
Como higienizar: Lavar com água e sabão bem quentes, enxague e mergulhe em uma solução de vinagre e água (medida de 1 pra 1), deixe de molho por 5 minutos, enxague e seque bem com um pano limpo.
Remover o odor: Deixe de molho em uma solução de 1 colher (sopa) água sanitária, 2 xícaras (chá) água quente e 1 colher (sopa) bicarbonato de sódio, deixe de 15 a 20 minutos, enxaguar e secar bem.
Removendo manchas e asperezas: Tente passar uma lixa onde existir os danos.
Quando jogar fora: Quando começar a formar rachaduras ou lascas pode descartar, pois isso acumula alimentos e bactérias.
Porque usa lá?: Elas não danificam panelas antiaderente e o cabo não esquenta.
E as bactérias?: Com os devidos cuidados elas não são mais perigosas que as de outros materiais, a madeira possui um antibactericida natural, e a não ser que sua colher tenha rachaduras, ranhuras, lascas soltas, não precisa ter medo.
Limpeza Geral: Lavar sempre após o uso, nunca deixar para depois, isso faz com que bactérias se propaguem na superfície, por isso lave bem com água e sabão de preferência água morna, seque o máximo que puder e depois deixe secar no tempo.
Para não passar mais uma edição sem receitas gostosas, trago a dica de uma iguaria simples, nutritiva, super saborosa, fácil de preparar, que pode entrar nos beliscos entre as refeições no lugar de biscoitos, salgadinhos e outras perdições industrializadas. E cujo resíduo pode se transformar em uma linda tigela.
Coco assado
Ingrediente: coco seco natural
Se quiser garantir que a casca do coco fique íntegra para produzir algum utensílio, corte no lugar desejado com uma serrinha de arco. Caso contrário, romper com um martelo traz formas espontâneas.
Antes de abrir o coco, faça um furinho para retirar e aproveitar a água.
Após aberto, retire a polpa e corte em pedaços pequenos que sejam do tamanho de um bocado.
Leve ao forno ou na frigideira, em fogo baixo por 10 -15 minutos, até dourar. Após esfriar, guarde em pote fechado. Se o clima estiver úmido, guarde na geladeira.
Fica parecendo cocada!
Para transformar a casca do coco em uma tigela, retire os pelos raspando uma faquinha. Logo passe uma lixa grossa ou lima, para alisar e suavizar ao toque.
Se quiser um efeito mais estético, passe óleo de coco por fora e por dentro para escurecer e dar brilho.
Referências:
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