Do Outro Lado do Atlântico trata da ponte entre Brasil e África por meio das histórias de vida de estudantes de países africanos de língua oficial portuguesa que estudam ou estudaram em universidades brasileiras. As trocas culturais, os imaginários e espelhamentos criados nos dois lados do Atlântico revelam temas que projetam um olhar para o passado, presente e futuro das relações entre o Brasil e os cinco países africanos representados pelos estudantes no filme – Guiné-Bissau, Cabo Verde, Moçambique, Angola e São Tomé e Príncipe –, além do Timor Leste.
Dos temas tratados, o filme destaca o impacto que a formação superior desses estudantes no Brasil representa para a realidade dos seus países de origem, ao levarem tanto os conhecimentos acadêmicos aqui adquiridos, quanto as suas experiências de vida, expressando ainda as diversas formas que suas identidades são afetadas pela questão racial, ao passarem a viver em um país predominantemente negro e mestiço, embora marcado por grandes desigualdades, negação de sua negritude e forte discriminação racial e social.
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Dessa forma, os relatos são marcados, sobretudo, pelas narrativas que expressam a difícil decisão de deixar o país, os familiares, amigos, amores, entre outras coisas, em busca do sonho da formação superior e de uma vida melhor, bem como o desfio da adaptação no Brasil, onde, muitas vezes, são vistos com desconfiança, fato que é contrastado com a imagem prévia e ilusória de um país livre de preconceitos.
Em decorrência desse debate, o documentário propõe uma reflexão sobre os conflitos identitários e tensões raciais vividos pelos estudantes no Brasil, porém sem esquecer os encontros culturais, que também ocorrem por meio das relações de amizade, afetivas e amorosas (namoros, casamentos), e como esses encontros acabam modificando todos os envolvidos nessas relações (tanto africanos, como brasileiros). É na interação cotidiana entre os jovens das várias nacionalidades e os brasileiros, dentro e fora do ambiente universitário, que se desperta o interesse mútuo acerca das relações históricas entre o Brasil e a África, surgindo questionamentos sobre processos de escravização, miscigenação, formação da cultura afro-brasileira, discriminação racial e desigualdade, possibilitando ainda quebrar com estereótipos criados sobre o continente como um lugar atrasado e primitivo.
Do Outro Lado do Atlântico estreia comercialmente em São Paulo no dia 30/03, com sessão especial de lançamento – aberta e gratuita – seguida de debate no CCSP, e segue em cartaz até 05 de abril na sala CineOlido, do circuito SPCine.
O filme também está disponível para qualquer pessoa e/ou instituição que queira organizar uma exibição coletiva em seu espaço, por meio da plataforma de distribuição alternativa Taturana Mobilização Social: www.taturanamobi.com.br. Basta se cadastrar e agendar a sessão.
Serviços
30/03, às 19h30 – Estreia especial aberta e gratuita no CCSP – Sala Paulo Emílio
Com a presença dos diretores e convidados
Os ingressos serão distribuídos na bilheteria com uma hora de antecedência
Endereço: Rua Vergueiro, 1000 – Paraíso – SP.
Debatedores:
Rogério Ba-Senga, jornalista, mestre em ciências humanas e professor.
Marcio Farias, professor da PUC-SP, coordenador do Núcleo de Estudos Afro Americanos (Nepafro), e integrante do Núcleo de Educação do Museu AfroBrasil.
Maria Fernanda Pascoal, estudante de psicologia, contadora de história e integrante da ONG África do Coração.
O filme seguirá em cartaz na sala CineOlido, até 5 de abril (horário a confirmar)
Endereço: Av. São João, 473 – Centro – SP.
Mais informações sobre o filme: www.facebook.com/dooutroladodoatlantico/
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