O ativista Yusef Salaam está liderando a disputa pelo Conselho da Cidade de Nova York. Salaam declarou a vitória na última noite de terça-feira (27), embora os resultados oficiais possam levar dias para serem finalizados devido ao sistema de votação por classificação da cidade. “Esta campanha tem sido sobre aqueles que foram excluídos”, disse Salaam. “Esta campanha tem sido sobre aqueles que foram esquecidos. Esta campanha tem sido sobre nossa comunidade do Harlem que foi empurrada para as margens da vida.”

Yusef Salaam. Foto: Divulgação.

A Câmara de Vereadores de Nova York, também conhecida como New York City Council, é o órgão legislativo responsável por criar, analisar e aprovar leis municipais para a cidade. Os resultados não oficiais do Conselho de Eleições da cidade mostram Salaam como a primeira escolha de 50,1% dos eleitores. Se ele vencer nas edições primárias e, finalmente, nas eleições gerais, Salaam representará o 9º distrito na Câmara Municipal, que inclui a parte do East Harlem onde ele cresceu.

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Prisão injusta na infância

Em 1989, Trisha Meili, uma mulher branca de 28 anos, foi brutalmente espancada e estuprada enquanto corria no Central Park. Ela foi encontrada inconsciente e entrou em coma, permanecendo nesse estado por 12 dias. Ao despertar, Meili tinha danos cerebrais e poucas memórias do ataque.

Os investigadores se concentraram em cinco adolescentes – Yusef Salaam, Antron McCray, Kevin Richardson, Raymond Santana e Korey Wise – que estavam presentes no parque naquela noite. Esse caso recebeu ampla cobertura midiática e os jovens ficaram conhecidos como o “Wolf Pack”. Na época, o empresário Donald Trump chegou a publicar um anúncio de página inteira no The New York Times, pedindo o retorno da pena de morte para esses jovens.

Embora os adolescentes tenham admitido estar no local, nenhum deles confessou efetivamente o crime. Apesar da falta de provas, os jovens negros foram considerados culpados. Não havia sangue em suas roupas, nenhuma correspondência com o sêmen e os testes de DNA deram negativo. No entanto, em 1990, todos eles foram condenados, cumprindo penas de sete a treze anos de prisão.

Uma década depois, Matias Reyes, um estuprador condenado, confessou o crime enquanto estava preso, e as evidências de DNA confirmaram sua confissão. Em 2002, as condenações dos cinco réus foram anuladas. Posteriormente, eles processaram a cidade de Nova York e receberam uma indenização de US$ 41 milhões, equivalente a cerca de US$ 1 milhão para cada ano de prisão injusta.

Em 2019, em entrevista ao programa “CBS Sunday Morning”, Salaam afirmou que nenhum valor em dinheiro poderia recuperar o tempo perdido. Conhecidos como os “Cinco Exonerados”, eles foram vítimas de uma injustiça. Salaam, na noite de terça-feira, prometeu buscar soluções para enfrentar as falhas do sistema de justiça criminal da cidade de Nova York.

Olhos que Condenam

Em 2019, a Netflix lançou um documentário com base no caso envolvendo o ‘Central Park Five’. ‘Olhos Que Condenam’ chocou o público ao apresentar a história dos cinco adolescentes do Harlem viveram um pesadelo depois de serem injustamente acusados de cometer de um ataque brutal no Central Park.

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