Em entrevista exclusiva ao MUNDO NEGRO, Projota conta detalhes sobre seu novo álbum de estúdio, ‘A Saída Está Dentro’. Disco traz 11 músicas intensas e com tons confessionais, além da marca registrada do artista: falar sobre o que vive e pensa – somado aos temas românticos que também são sua assinatura. “O topo gera solidão, é verdade. Sempre converso com os artistas da nova geração sobre isso, sobre se cuidar, na época eu não me cuidei muito bem. Na faixa ‘Isaías 41:10‘ falo sobre esse ano louco de 2021, perdi minha vó, que me criou, era como uma mãe, saí do BBB, foi cancelamento, perdi meu gato, meu cachorro, foi um ano louco, não sei como saí ileso. As pessoas pensam muito: ‘você esta bem? sua carreira?’ Mano eu estou ileso, estou com saúde. Gloria a Deus, não tenho do que reclamar, aprendi muitas coisas, foi um ano intensivo” conta o cantor.
“Eu fiz um álbum de desabafo. Das músicas mais leves até as mais pesadas, é muito desabafo. Sobre como é difícil viver nesse momento, é um disco bastante sincero. Costumo falar muito sobre minha parada, sobre meu corre. Foi o ano mais complexo da minha vida, talvez o mais complexo de toda a vida“, revela Projota. Cantor conta ainda sobre um encontro que teve com Marcelo D2 em meados de 2010 e a relação que criou com a solidão causada pela busca em torno do topo.
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“Um dia encontrei o Marcelo D2, em 2010 ou 2011, ele era o dono do rap, ele atingia todos os lugares, todos os programas de TV. Lembro que ele me cumprimentou numa casa de shows em São Paulo, ele disse ‘Mano eu sou seu fã’. E eu fiquei surpreso. Foi muito louco, anos atrás eu pensava que quando chegasse no topo, iria querer manter o topo, era um pensamento errado e conservador. Quando ele me cumprimentou daquele jeito, pensei ao contrário, dever ser solitário demais o topo. Um dia, eu me vi nessa posição, de ser artista de rap que estava em todos os programas de TV e era solitário, eu só queria que mais gente pudesse. Eu não era o único, minha geração conseguiu ampliar os horizontes, mas era solitário. Vencer na vida, neste estilo de vida é muito fácil de te isolar” conta o intérprete de ‘Pássaros’. “Me vi em um período morando no centro da cidade onde eu não via ninguém, me senti depressivo, não queria nem sair pra fazer show. Só conseguia me conectar com o que tem de bom em mim quando eu pegava pro telefone e ligava pros meus amigos, eles são meus amigos desde os 07 anos”, complementa.
Recentemente, o meme – e a fake news – envolvendo a “faca”, que invadiu as redes com o apresentador Matheus Mazzafera, durante o BBB 21, voltou a viralizar na internet. Perguntado sobre como reagia a isso, Projota comentou: “O meme é suave, se for meme é de boa. O que aconteceu na época não foi legal. Nem todo mundo viu que era só uma fake news. Muita gente ainda liga meu nome a esse negócio da faca. Nada a ver. Quando é meme eu dou risada. o problema são outras coisas, intolerância, agredir verbalmente, aconteceu muito na época. Hoje tá suave”.
Dentro de ‘A Saída Está Dentro’ Projota apresenta diversas parcerias, uma delas com Nando Reis, artista do qual ele rasga elogios: “O Nando é muito foda, que energia. Generoso, ele estudou a música. Veio preparado, veio com a vibe de quem se entregou ao projeto. Aprendi muito com ele”, conta. Ao MUNDO NEGRO, o cantor também indica artistas que anda escutando: “Sou fã de rap, desde meus 15 anos. Assim como fãs do Racionais, do RZO, do MV Bill, então não parei de ser fã de rap conforme novos artistas foram surtindo. Sou fã dessa nova molecada, o trap abriu a porta pra melodia de novos artistas. Sou fã do Matuê, do Xamã, sou fã do Teto, do Major RD, da Cynthia Luz, do Froid. Tem um menino chamado Sotam, ele tem uma música chamado ‘Katrina’, é nivel gringo, com nossa língua. É muito bom. Ele tem um projeto chamado ‘Songs For Smoke’, é muito bom”, finaliza.
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