Quando mães não reconhecem a necessidade do filho de ter um pai, ainda que ausente.
Mãe cadê meu pai? Quer brincar ele, contar sobre as coisas que acontecem na escola, perguntar como era sua infância, quero saber se posso namorar, se posso chegar tarde em casa…enfim, QUERO MEU PAI!!
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Muitas mães acabam ouvindo questionamentos como esse depois de anos de criação solo dos filhos, depois de passar a maioria das fases de desenvolvimento da criança contando pouco ou quase nada do apoio paterno. Muitas recebem suporte da rede de sua rede de apoio como avós, tios e padrinhos, mas aquela ausência paterna ronda a mente e o coração dessas mães.
E é sobre isso que quero falar, a ausência paterna e suas consequências permanentes na vida dos filhos, mas pelo olhar das mães solos. Quantas reivindicam o direto de receber homenagens no dia dos pais? Quantas negam o direito (mesmo que na melhor das intenções) dos filhos descobrirem um pouco mais da história do seu nascimento e o porquê sofrem tal ausência?
Muitos são os motivos que levam homens a não estarem próximos dos filhos durante quase toda a vida, brigas, falta de dinheiro, relacionamentos rápidos e aventureiros ou ainda a falta de informação sobre a existência de uma criança gerada. E o papel das mães diante desse quadro é tentar preencher essa ausência de qualquer jeito.
Por mais que as mães, avós e tios se esforcem para cuidar de uma criança não deixando faltar as necessidades básicas como alimentação e educação e cuidados com a saúde. A necessidade da presença paterna no desenvolvimento cognitivo do pequeno é indispensável, nas tomadas de decisão ao longo da sua vida social, na afetividade e até mesmo na saúde mental segundo pediatras e psicólogos.
Mas porque não insistem em não reconhecer essa necessidade na vida das pessoas que elas mais amam? Seria a relação tóxica que tiveram com seus antigos parceiros, magoas causadas pelo abandono do homem, agressões sofridas, falta de amparo durante a gestação?
Um pai me confidenciou que desde que o sofre ao tentar se reaproximar do filho, pois além da mãe dificultar o contato, ainda emite palavras ao filho ao se referir ao pai como: Ausente, imprestável, irresponsável, egoísta, entre outras ainda mais pesadas.
Não quero amenizar de forma alguma a responsabilidade de um pai no cuidado com o filho, na divisão de responsabilidades com a mãe. Mas levantar outras perspectivas na relação das mães om os pais ausentes.
Baixar a guarda, cobrar essa presença de forma saudável e justa, entendendo a necessidade da criança. Cabe ao pai reconhecer que pode acarretar graves consequências a uma criança que prova sua ausência paterna.
O termo: Eu sou uma PÃE (pai/mãe) não existe e tão pouco valoriza o papel digno de uma mãe solo e que passa muitas vezes sozinhas todas as dificuldades da criação de um filho. Apoio financeiro é possível juridicamente, mas resgatar o afeto e a presença paterna exige um pouco mais de esforço de todos os envolvidos.
Isso é o amor na essência sendo exercido. A pratica do perdão, a busca por conhecimento sobre a necessidade dessa presença e sobre tudo, ao diálogo entre as partes pode ser o melhor caminho para a formação de nossos pequenos.
Nosso trabalho no coletivo pais pretos presentes é tentar essa reaproximação conscientizando os pais da importância de se fazer presente, de participar das diferentes etapas de uma criança, assumir que erros forma cometidos, mas que é possível recomeços harmoniosos e saudáveis.
Além de reivindicar o direto de serem chamados pais e de receber todo o carinho e afeto do filho, não importando o passado de distanciamento.
Domingo é dia dos pais, e meu desejo é que a mães possam incentivar seu filho a tentar um contato paterno ainda que possa ser uma experiência dolorosa. E você papai experimente fazer uma ligação ao seu filho ou ainda uma visita surpresa apenas para dizer, eu te amo.
Como diz aquela pequena criança no do comercial do banco: Isso muda o Mundo!
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