Alguém aí percebeu que no mês de novembro as timelines das redes sociais e os anúncios na TV foram ficando mais pretos? Não é coincidência, o mês de novembro é o único mês em que artistas/influenciadores digitais são prioridades para as marcas, uma forma de algumas empresas levantarem seu selo de antirracista e fazer com que o apagamento de pessoas pretas durante todo o ano passe despercebido.
No programa “Papo de Música” da semana a cantora, compositora e ativista Bia Ferreira do hino “Cota Não é Esmola” falou sobre essa realidade.
Notícias Relacionadas
“Vai na Fé”, novela da Globo estreia com protagonismo negro em narrativas diversas
Wolo TV anuncia lançamento de aplicativo de streaming
“O mês de novembro é o único mês que eu consigo fazer dinheiro de cachê” diz Bia Ferreira
Ao ser questionada pela apresentadora do programa sobre a sua visão das marcas se intitulando antirracistas e se apropriando de discursos raciais somente no mês de novembro, Bia Ferreira desabafou:
“Eu vejo essa situação como a galera querendo se apropriar de um tema pra ganhar dinheiro, capitalismo o nome disso. Você capitalizar em cima da dor do outro”
Alguns influenciadores falaram sobre essa temática no mês de novembro, um exemplo foi o do humorista Yuri Marçal que disse que mês de novembro é “bandeira 2” para os pretos, pois o único mês em que pessoas pretas são procurados pelas marcas.
“Eu fico embora chateada com essa situação, com essa apropriação, eu fico vendida, é o único mês que as empresas querem trabalhar com a gente, só que a gente paga conta o ano inteiro” continuou a cantora.
É necessário que as empresas levem a causa para além do mês de novembro e incluam pessoas pretas em suas campanhas, palestras e workshops durante o ano inteiro. Pois, embora exista uma críticaor trás dessa “representatividade” no mês de novembro, poucas pessoas pretas estão em condições de negar trabalhos em forma de protesto.
“As empresas se acomodam num discurso brando e raso sobre a consciência negra e a real necessidade desse debate (…) só para colocar um token” disse a cantora que ainda brincou dizendo “Mas tô aqui precisando pagar as contas de final de ano (…) manda Jobs”
Para assistir à entrevista completa clique aqui
Notícias Recentes
Negros Trumpistas: para cientista político americano, empreendedorismo atrai jovens negros ao voto em Trump
Com 28 Grammys e 60 anos de carreira transformadora no jazz e no pop, Quincy Jones construiu parcerias históricas