Há alguns anos atrás o cabelo loiro descolorido era extremamente marginalizado. O motivo? Amplamente utilizado por corpos pretos e periféricos, tanto que recebeu a alcunha de “loiro pivete”.
“Super Sayajin” diziam, entre memes, deboches e enquadros policiais aos indivíduos que adotavam essa estética o cabelo descolorido se projetou e ganhou hype, a moda periférica chegou ao asfalto e ao instagram de grandes influenciadores brancos, artistas e profissionais da moda. De repente o “loiro pivete” invadiu salões, cresceu no mercado e se tornou objeto de desejo e consumo, virando figura carimbada na classe média alta brasileira.
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Nada incomum, aconteceu o mesmo com o “risco” na sobrancelha, a cultura dos paredões, o funk, e em tantos outros exemplos possíveis de se enumerar numa rápida reflexão de cinco minutos…
Já as pessoas pretas, aquelas para quem se endereçavam os memes e o racismo, continuaram sendo marginalizadas e demonizadas. De novo, nada incomum.
O debate sobre apropriação e como membros de uma cultura dominante incorporam elementos de grupos oprimidos é antigo e extenso. No nosso caso a premissa continua sendo a mesma: O que é criado na favela é objeto de desprezo até ser incorporado, virar moda e tendência em rostos, corpos e espaços brancos. Amam a cultura preta mas odeiam gente preta.
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