Pedagogo trabalhando como pedreiro, neurocirurgião como repositor de mercado. Este é um dos lados vergonhosos de como o Brasil tem tratados os imigrantes haitianos
Por Silvia Nascimento
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Se já está difícil viver no Brasil sendo brasileiro, com crescimento ininterrupto da inflação e desemprego e violência, imagine a situação dos refugiados, que escolheram aqui como o destino para começar uma nova vida, do zero.
Os fortes laços diplomáticos entre Brasil e Haiti (entre 2003-2011) parecem ter sidos desfeitos. A situação de hoje é que há dezenas de milhares de imigrantes haitianos vítimas da omissão do Governo Federal, da irresponsabilidade do Governo do Acre que manda de ônibus os imigrantes para São Paulo, que por sua vez, alega não ter estrutura de gerenciar esse contingente de pessoas que buscam apenas uma oportunidade de começar a vida trabalhando em um novo país.
A Casa do imigrante e a Paróquia Nossa Senhora da Paz são os locais que abrigam os imigrantes na cidade de São Paulo. E eles chegam diariamente.
Voluntários solidários
Esse imbróglio diplomático não condiz com uma nação que se proclama tão solidária, como a brasileira. Algumas iniciativas da sociedade civil tentam, de forma voluntária, dar aos haitianos no Brasil um pouco mais de esperança e dignidade.
É o caso do projeto Voluntários Amigos dos Haitianos – Voah. O grupo é recente, mas já conta com 50 membros. Coordenado pelo administrador de empresa Luiz de Jesus, o grupo está em busca de doações e voluntários e faz sua primeira reunião, aberta ao público, no próximo dia 18 de junho, quinta-feira.
De acordo com Luiz, há muitos haitianos com ótima qualificação profissional e até nível superior, mas essa informação é pouco divulgada e muitos acabam sendo contratados para funções inferiores às suas capacidades profissionais. “Talvez isso ocorra devido a barreira do idioma e a abordagem que está sendo feita. A Empregueafro, a Cia de Currículos e Ebony English, estão fazendo um trabalho de mapeamento do perfil deles. Por exemplo, conheci um pedagogo diplomado que está há 4 anos aqui no Brasil e só foi oferecido a ele vaga de ajudante na construção civil”, explica o advogado.
Ele ainda cita um outro caso comovente de um neurocirurgião haitiano, que trabalhava como repositor de estoque em um supermercado em São Paulo.
Serviço
1ª reunião do VOAH – Voluntários e Amigos dos Haitianos
Data e horário: dia 18 de junho de 2015 (quinta-feira), às 19 horas.
Local: Câmara Municipal de São Paulo – 1º subsolo – Sala “A” (Sérgio Vieira de Mello)
Endereço: Viaduto Jacareí, nº 100 – Centro (próx. estação Anhangabaú da Linha 3-Vermelha do Metrô)
Mais informações podem ser obtidas pela página do VOAH no Facebook https://www.facebook.com/pages/Somos-Todos-Haiti/373580589514354?fref=nf
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