Em linhas gerais, o “salvador branco” é uma pessoa branca que resolve os problemas de um personagem não-branco, problemas estes que não poderiam ser resolvidos pelo personagem por conta própria. O salvador branco geralmente acaba por fazer uma jornada de autoconhecimento que termina com o mesmo resgatando minorias étnicas de seu cruel destino, este tipo de filme é feito para que pessoas brancas se sintam bem a respeito da forma que encaram minorias marginalizadas. Isso acontece em filmes como “Green Book” e “The Help”
Um exemplo clássico é essa cena do filme “Estrelas Além do Tempo” quando Al Harrison (personagem de Kevin Costner) heroicamente derruba as placas de sinalização que dividia pessoas negras e brancas nos banheiros femininos da NASA.
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O personagem de Kevin ainda permite a Katherine que ela acesse a sala de controle para assistir o lançamento do foguete que ela ajudou a criar. O problema? Isso não aconteceu, o personagem é inventado e a verdadeira Katherine Johnson relatou ter assistido o lançamento de sua mesa.
“Green Book” (citado no começo do texto) foi um dos filmes mais criticados pela comunidade negra nos Estados Unidos e por figuras como o cineasta Spike Lee por promover uma visão branca a respeito do racismo. Já no caso de “Histórias Cruzadas”, a própria Viola Davis falou sobre ter se arrependido de ter feito principalmente porque o ponto de vista das empregadas não foi considerado pela produção.
A Narrativa de “White Savior” se tornou muito popular durante a era dos direitos civis onde ativistas negros lutaram contra a segregação racial nos Estados Unidos, os filmes no entanto, atribuíam essa luta a protagonistas brancos. Neste contexto, vale assistir “To Kill a Mockingbird”.
O grande problema é que a mídia acaba por reforçar uma representação das relações raciais onde a bondade, empatia, reflexão, coragem e outras características positivas acabam sendo consideradas inatas a pessoas brancas. Além disso o protagonismo negro (ou não-branco) é apagado, reduzido e quase na maioria das vezes as histórias verdadeiras são distorcidas, colocando como centro da narrativa personagens brancos em detrimento de personagens não-brancos.
É importante que Hollywood propicie outras narrativas e histórias a pessoas não brancas, fugindo desse ciclo de intermináveis estereótipos que limitam possibilidades dentro e fora da tela.
Alguns exemplos de filmes que se enquadram nessa categoria:
Histórias Cruzadas (2011)
Green Book (2019)
Um Sonho Possível (2009)
Duelo de Titãs (2001)
Diamante de Sangue (2006)
To Kill a Mockingbird (1962)
Mentes Perigosas (1965)
The Girl With All The Gifts (2016)
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