
Não é emoção, é método. Para Nina Silva, cofundadora do Movimento Black Money e CEO da fintech D’Black Bank, a liderança feminina que o mercado insiste em chamar de emocional é, na prática, calibração de risco orientada a retorno. “Não é uma liderança emocionada, é uma liderança que consegue equilibrar o emocional e o racional”, afirma, ao defender que mulheres operam eficiência na escassez e multiplicam recursos com disciplina. As declarações foram feitas no Fin4She Summit 2025.
Nina parte da vida real das finanças domésticas para a lógica empresarial: “Mulheres são as que mais sabem administrar orçamento, principalmente na escassez… E o render mais é você conseguir multiplicar recursos.” Essa racionalidade tem impacto macro. Hoje, mulheres já respondem por praticamente metade das chefias de domicílio no Brasil, o que indica responsabilidade direta sobre orçamento e decisões financeiras do lar, um treino cotidiano de governança que o mercado costuma subestimar.
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O debate sobre risco também muda de patamar. “Somos nós que tomamos risco, sim… Tomamos riscos controlados. Tomamos riscos mais estratégicos.” O ponto central não é evitar risco, é escolher assimetrias com tese, horizonte e execução, mirando ROI de forma consistente. O movimento dos dados ajuda a explicar por que essa visão ganha tração: a participação feminina no mercado de capitais cresce de forma contínua, com mais de 1 milhão de mulheres no Tesouro Direto e avanço das investidoras em renda variável, ainda que elas representem cerca de um quarto dos CPFs na Bolsa.
A lente racial adiciona densidade ao argumento. Mulheres negras somam cerca de 28% da população brasileira, o maior grupo demográfico do país, o que torna a capacidade de “fazer render” um ativo econômico e de gestão com efeitos multiplicadores sobre renda e mobilidade.
No empreendedorismo, a fotografia recente aponta mais presença e maturidade. As métricas da B3 e de entidades do mercado mostram crescimento do público feminino investidor, e estudos setoriais indicam que a atividade empreendedora se mantém alta, com recomposição de qualidade e ampliação do acesso a informação e produtos financeiros. Em linguagem de portfólio, é a transição de impulso para processo.
Quem é a executiva por trás do diagnóstico não é detalhe. Nina Silva é cofundadora e CEO do Movimento Black Money, além de liderar a D’Black Bank, com atuação reconhecida em inovação e inclusão financeira. Sua trajetória, com presença em fóruns globais, traduz o que ela prega no palco: método, dados e execução a serviço de eficiência de capital e criação de valor.
O recado ao mercado é direto. Se risco não é roleta, mas engenharia de retorno, ampliar a presença de mulheres nas mesas de decisão não é só equidade, é estratégia. Lideranças que equilibram racional e emocional calibram melhor o risco, protegem caixa, priorizam o que importa e entregam ROI com consistência. É assim que estereótipos cedem lugar à performance.
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