Por meio de perfis, a campanha #NegrasRepresentam tem o objetivo de apresentar os pensamentos de mulheres negras em diversas esferas sociais e como suas ações vem propondo mudanças na realidade racial do país.
Dizem que a arquitetura é o jogo sábio, magnífico e correto onde as fantasias e sonhos ganham vida. É através deste que se engenha e arquiteta futuros, tendo como base os sonhos e fantasias. Esse é o desafio constante de Thaise Machado Arquiteta Urbanista, design de interiores e Criadora de Projetos como Negra Ativa, Coletivo Três Tons de Preto além de Produtora Cultural.
Notícias Relacionadas
Câmara aprova a inclusão da escritora Carolina Maria de Jesus no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria
Na Bahia, encontro reúne mulheres negras, quilombolas e periféricas para construir propostas de justiça climática
Ativista desde período universitário, foi fundadora do Coletivo de Negritude da FeNEA (Federação Nacional de Estudantes de Arquitetura e Urbanismo).Desejando ampliar ainda mais sua voz e inquietudes cria o seu blog pessoal Negra Ativa, onde pauta as demandas da população negra, indígenas e grupos marginalizados, tendo como foco mulheres negras.
Mundo Negro – Qual o seu olhar sobre o mercado e a carreira de produção cultural voltado para os segmentos negros no Brasil?
Hoje o protagonismo de Produtores Culturais negros, vem crescendo cada vez mais. Não podemos deixar de atribuir esse crescimento, ao acesso a informação e as ferramentas de captação de recursos. Vivemos em um período de grande avanço, já que podemos desenvolver projetos de forma autônoma e sem auxílio externo. Antigamente artistas negros não tinham muita autonomia na criação e gerencia para execução de suas obras/eventos, visto que esse conhecimento não chegava a nós. Hoje essa realidade mudou, felizmente!
Mundo Negro- Como está sendo produzir campanhas com a temática Negra?
Em um estado de colinização alemã e italiana, qualquer afirmação negra é uma conquista. Produzir conteúdo para a nossa população, é transbordar a cada evento. Transbordar afeto, dores, alegrias, ritmos e sorrisos. É enriquecedor! A cada evento saio com um aprendizado novo. Fora a troca de vivências, que isso dinheiro nenhum pode comprar!
Mundo Negro- Você atua com projetos bastante interessantes, quando começou esse amor pela área de produção cultural?
Após concluir a graduação em Arquitetura e Urbanismo, começei a estudar sobre produção cultural. Acredito que o amor maior, tenha vindo do fato de sempre está inserida no meio artístico. Isso fez com que a paixão por produção cultural, fosse aumentando e fazendo com que eu começasse a dar meus primeiros passos. Minha primeira produção foi um ensaio fotográfico com mulheres negras,neste queria enfatizar a existência de pessoas negras na região Sul do País. Essas mostraram uma beleza única que através da página “ Negra Ativa”, ganhou proporção internacional. Enquanto mentora da mesma, foi um momento de grande alegria.Ver mulheres negras estampadas com a dignidade que merecem.
Mundo Negro- O que te torna entusiasta de projetos tão diversos? Quais gostaria ainda de desenvolver?
O que me estimula a elaborar projetos que tenha como base a população negra, é poder quebras padrões impostos pela sociedade. Criar eventos com temáticas que contemplem a todos, e não uma pequena parcela é de uma riqueza que mostra o que o brasil tem de melhor, sua diversidade de possibilidades.
Eu gosto da diversidade, das várias formas de percepções. O senso comum me incomoda, é muito estático e sem cor. Quero poder trabalhar de forma afetiva, com grupos que precisem de mais espaços. Colocar esses em primeiro plano, mostrar a especificidade de cada ser. Em 2018 isso irá acontecer, podem esperar!
Notícias Recentes
Governo lança plano inédito para comunicação antirracista e fortalecimento das mídias negras
A violência de Estado e a barbárie cotidiana no Brasil