Era uma tarde de sábado (9/11), ensolarada e cheia de risos em Salvador. Os atores Rodrigo França, Aline Borges, Valéria Monã e Milton Filho exploravam a cidade onde encenam a peça Contos Negreiros do Brasil, espetáculo que reflete sobre o ser negro no Brasil e já foi visto por mais de 60 mil pessoas.
Como o racismo não tem dia, local e hora para aparecer, o grupo de atores flagrou uma cena de abuso policial a poucos metros deles.
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Aline e Rodrigo pegaram o seus celulares para registrar a situação onde dois jovens negros , ao caminharem para o seu local de trabalho, foram abordados por dois polícia e detidos sem nenhum motivo aparente. “Eram dois trabalhadores entrando no seu local de trabalho e foram abordados injustamente”, descreve Aline.
Antes de serem levados para delegacia, a atriz Valéria Monã tentou convencer os policiais a liberarem os jovens.
Emocionada, porém firme, ela lembrou sobre o que o racismo tem feito com os nossos jovens: ” Não posso me acalmar, eu sou mãe. Isso é um desserviço (….). Os nossos estão na rua, nossos adolescentes estão pirando, em depressão”.
Dois jovens negros trabalhadores estavam entrando no seu local de trabalho nesssa tarde, em Salvador (BA) quando a polícia apareceu para detê-los sem motivo algum. Os atores Rodrigo França @rodrigofranca e Aline Borges @ligborges estavam no local e registraram o momento. A atriz Valéria Monã , de branco, fala sobre a depressão do jovens negros para os policiais.Um dos policiais pede para atriz Aline Borges parar a filmagem. Eles estão nesse momento na Central de Flagrantes, na Rua do Carmo em Salvador .Atualização: Os jovens foram espancados por policias na delegacia de acordo com a atriz Aline Borges. Um grupo está fazendo vigília em frente à Delegacia (Central de Flagrantes).
Posted by Site Mundo Negro on Saturday, November 9, 2019
Os jovens foram levados para Central de Flagrantes Polícia Civil da Bahia, com a alegação de desacato à autoridade e de acordo com as testemunhas, foram agredidos lá dentro.
Ambos foram liberados após atuação do advogado Marcos Alan da Hora, do Coletivo de Entidades Negras da Bahia, que foi acionado por Tâmara Azevedo, coordenadora de receptivo da Go Diáspora.
“Existe a denúncia de violência e de tortura na prisão. Pode haver a denúncia no MP que vai instaurar um inquérito e iniciar um processo penal para verificar a questão do desacato a autoridade, que não é um crime, é uma contravenção, já o caso de tortura é crime. O caso de tortura foi relatado pela vítima e testemunhas. Pode ser que aconteça ou não a instalação de um processo criminal “, explica Marcos.
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