Na primeira edição pós-pandemia, Noite da Beleza Negra continua sendo “a coisa mais linda de se ver”

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Na primeira edição pós-pandemia, Noite da Beleza Negra continua sendo “a coisa mais linda de se ver”
Foto: Dalila Oliveira/Camilla Prado

A noite de ontem (28) foi emocionante na Senzala do Barro Preto, sede do Bloco Afro Ilê Aiyê, com a 42ª Noite da Beleza Negra, concurso que elege a Deusa do Ébano que irá representar o bloco durante o ano. A cada ano fica mais difícil para os jurados escolherem entre as lindas 14 finalistas selecionadas para a grande noite, vestidas como verdadeiras deusas africanas, turbantadas por Dete Lima, diretora e estilista do Ilê Aiyê. 

E esta edição foi muito especial por alguns motivos: 

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A volta do concurso depois de dois anos pausado devido à pandemia. 

Como sentimos falta do arrepio dos tambores, da emoção de ver mulheres de uma beleza, de um endeusamento cheio de encanto e força ancestral.

De fato, o “Ilê é a coisa mais linda de se ver”.  

Foto: Deusas do Ébano/Camilla Prado

Gleicy Ellen, a Deusa do Ébano 2020, passou o manto para a nova Deusa, Dalila Oliveira, depois de dois anos representando o Ilê Aiyê, ou seja, ela foi Deusa do Ébano 2020, 2021 e 2022. Imagina o coração dela como não estava? Ela conversou com o Mundo Negro cheia de emoção sobre sua relação de família com o Ilê. Foi muito muito emocionante o momento da passagem do manto.

Foto: Passagem do Manto/Camilla Prado

Laís de Araújo Ferreira foi a primeira finalista trans a concorrer no concurso. E, deixo aqui registrado que foi de arrepiar a entrada dela, senti meus olhos marejarem e vi lágrimas escorrerem nos rostos ao meu lado. 

Aconteceu uma linda homenagem ao centenário da matriarca do Ilê Aiyê, Mãe Hilda Jitolu. O ator Sulivã Bispo leu um lindo texto, a multi-instrumentista mirim Lilica Rocha emocionou à todos junto com o balé solo de Edilene Alves, bailarina e Deusa do Ébano de 2009, fazendo uma interação com a representação do orixá Omolu, relacionado à vida e à morte. Durante a apresentação, o público recebeu das bailarinas um banho de pipoca (oferente de Omolu) para proteção e trazer bons caminhos. 

O diretor artístico, Elísio Lopes Jr., comentou “Estou assinando esse espetáculo pela sétima vez, com a mesma equipe. Essa equipe criativa (Zebrinha, Jarbas Bittencourt, Renata Mota, Clarissa Torres) foi responsável pela construção de um novo formato e de uma nova estética para a Noite da Beleza Negra. Para nós, muito além do concurso, essa noite aponta direções, pautas e estéticas da arte preta. Os artistas querem esse palco, comemoram quando são convidados, doam seu ofício. E nós honramos essa responsabilidade. É a história do Ilê e a nossa colaboração criativa para o enaltecimento da nossa cultura preta e da nossa ancestralidade.”, e reforço aqui, que a potência dessa equipe, fez o Curuzu se arrepiar.

E teve mais homenagem! 

O centenário de Agostinho Neto,  que luta pela libertação de Angola, então colônia de Portugal, e tornou-se o primeiro presidente de Angola em 1975. Homenageado pelo ator Diogo Lopes Filho que encarnou a voz poética e a potência desse ícone angolano. 

O Ilê Aiyê dedica a ele o tema do seu Carnaval 2023. 

Aguardem a boniteza que será essa roupa desenhada carregada de ancestralidade e axé. 

A Avon, patrocinadora do evento, apresentou o vídeo-manifesto “A Beleza e o Tempo”, que fala sobre como a mulher preta é tempo, beleza, inspiração, história e ancestralidade.

Você pode conferir aqui:

https://www.instagram.com/p/Cn-QqZSpmVr/

As atrações da Band’Aiyê, Nara Couto, Patrícia Gomes, Alobened e Afrocidade animaram a Senzala do Barro Preto e os leques sacudiram. 

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