A cantora Iza colabora com nove jovens músicos originários de periferias do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Bahia e Paraíba na criação da faixa inédita “Na Atividade”. A canção, que transita pelo afrobeat, ganha videoclipe no YouTube de Devassa, a marca idealizadora do projeto que reverencia a pulsante criatividade brasileira na música. Essa experiência foi registrada na série “Criatividade Tropical: Abre as Portas para o Gueto”, aberta para não-assinantes do Globoplay.
Os jovens músicos cantarão a música “Na Atividade” pela primeira vez na televisão durante o primeiro bloco do intervalo da semifinal da 10ª edição do programa ‘The Voice Brasil’, veiculado em rede nacional pela TV Globo. É no dia 20 de dezembro, próxima segunda-feira, logo após a novela ‘Um Lugar ao Sol’.
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“Na Atividade” ganha forma em rima, poesia, swing percussivo e violino, por meio de beat produzido pelos hitmakers Pablo Bispo e Sérgio Santos, que também flerta com o pagodão, o rap e o funk. Composta em menos de uma semana, a letra se sobressai por reunir nomes desconhecidos e de diferentes realidades na busca por representatividade. “Vem, brota aqui no gueto / Tem música de rua / da minha e da sua / É o que bate no som / Vem, tá tranquilo mesmo / Pode vir sem medo / É só encostar pra ver”, arremata trecho do pré-refrão.
Embora IZA tenha um papel de “líder”, os jovens músicos assumem o protagonismo dos vocais principais da faixa, munidos pelo espírito da parceria. Originário do Rio de Janeiro, o cantor Lukinhas ‘LK’ acumula parceria com Emicida e Rashid na música “Pipa Voada”, além de ter emplacado a coautoria do hit “A Queda”, da Glória Groove, após a participação na série. A compositora e cantora conterrânea Sabrina Azevedo desenvolve um trabalho premiado na poesia. A rapper Stefanie Roberta representa a cena hip hop de São Paulo, tendo colaborado com MV Bill e Rincon Sapiência. O baixista paraibano Italo Viana é mestre em música, tendo feito parte da banda da cantora Simone.
O cantor baiano Rafael Porrada compôs hits para Léo Santana e o grupo Paragolé, enquanto o percussionista soteropolitano Leo Oliveira foi músico acompanhante do Denny Denan, atual vocalista da Timbalada, e a percussionista Nanny Santos já desfilou no Cortejo Afro, tradicional bloco do carnaval de rua de Salvador. O mineiro Melk é conhecido por tocar sucessos do funk no violino, o mesmo instrumento da Izandra Machado, natural do Rio Grande do Sul, que se divide entre o ensino e o empreendedorismo musical.
Dirigido por Aisha Mbikila, o videoclipe da faixa “Na Atividade” também transmite a essência do processo colaborativo empreendido por múltiplos artistas na criação de uma música do zero. O audiovisual foi rodado na Toca do Bandido, estúdio de gravação no Rio de Janeiro, transitando pela estética de um reality, com personagens reais interagindo entre si, e a poesia sonora. As referências foram o universo dos seriados e o segmento de videoclipes de música pop gravados em estúdios.
Seriado
A série “Criatividade Tropical: Abre as Portas para o Gueto” está liberada para não-assinantes no Globoplay, estruturada em quatro episódios de cerca de 17 minutos. O documusical com roteiro dirigido por Mbikila reflete sobre a jornada pela qual os jovens de periferia passam para viver da música, cuja a IZA é uma exceção que conseguiu ascender ao mainstream. O cuidado em manter e explicar as gírias locais de um grupo eclético é uma característica marcante da produção.
Como a maioria dos jovens de periferia, a trajetória dos músicos do projeto é marcada por adversidades sociais, que impactaram na autoestima deles. A série captura momentos em que esses protagonistas questionam o merecimento de colaborar com uma popstar. Essa discussão é amplificada por Larissa Luz, espécie de madrinha do projeto. A cantora explica que os povos pretos são ensinados a não celebrarem conquistas, mas seguir com as batalhas da vida.
Carlinhos Brown, outro padrinho dos músicos, traz à tona a importância da oralidade para a cultura afrodescendente. O músico revisita a origem da música pop no Candomblé e da presença do matriarcado na percussão. O projeto é idealizado pela agência HNK Lab, com produção da Trace Brasil, ecossistema pioneiro na criação audiovisual afrourbana no país, com produção executiva e criativa de Alberto Pereira Jr. A obra tem curadoria de talentos da Digital Favela e estratégia de mídia digital da iProspect (Red Star).
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