O rapper MV Bill lança a autobiografia “A Vida Me Ensinou A Caminhar” nesta sexta-feira (15). O livro inédito reúne crônicas sobre a trajetória de um dos protagonistas da história do rap e dos movimentos sociais no Brasil.

O músico resgata a sua história, que se mistura com o cotidiano do país, honrando a sua essência de eterno “cria” da comunidade Cidade de Deus, no Rio de Janeiro.

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Durante a coletiva realizada nesta quinta-feira (14), MV BILL falou sobre como foi escrever o primeiro livro sozinho. “Eu pude rever as coisas que eu fiz no passado, e o que eu faria hoje no presente. Por mais que tenham histórias que também me levem a glória, no final de cada capítulo, mas eu preferi escolher as histórias que eu não me dei tão bem sempre”.

Entre esses momentos que o músico não se deu tão bem, tem o capítulo “O dia em que quase morri”, onde ele fala sobre a situação. “Por uma bobeira, por um descuido poderia não estar aqui hoje. Como a gente vive num país onde matar pessoas pretas, não cria grande comoção, eu literalmente poderia ter virado estatística num gesto errado. Só de lembrar da situação dá um pouco de arrepio”, relata.

Foto: Marcos Hermes

Descobrindo o rap

O primeiro capítulo “Quando conheci o rap”, o músico já deixa o leitor curioso com sua história de vida, ao falar sobre como os rappers dos EUA se tornaram uma grande referência de vida, como os do grupo Public Enemy, N.W.A. e o Will Smith, na época conhecido como “Fresh Prince”, dupla com DJ Jazzy Jeff.

Foram essas referências que levou MV BILL a formar seu primeiro grupo de rap, em 1990, o Geração Futuro, junto com quatro amigos da Cidade de Deus.

“Naquela época quando a gente começou, a gente não tinha tanta informação do que acontecia no Brasil. Tanto que a gente achava, na nossa cabeça, que éramos os únicos que faziam rap no Rio de Janeiro, mas tinham vários núcleos em outros lugares que acabavam não se comunicando”, relembra.

Como a informação do rap nacional não chegava, MV BILL consumia revistas internacionais para aprender a cultura hip hop. “Tinha algumas bancas de jornais com revistas importadas que vendiam no Rio de Janeiro. Um dos nossos amigos que tinha acesso e tinha mais dinheiro, ele trazia e virava o nosso Google ali no meio da praça. Só que ninguém falava inglês, então a gente olhava mais as fotografias. E foram justamente nessas revistas que eu vi pela primeira vez gente preta estampando uma capa, com aquela vestimenta chamativa, só que não era uma pessoa indo presa, era um artista”, fala o rapper.

O livro “A Vida Me Ensinou A Caminhar” chega nas livrarias nesta sexta-feira (15) e já está a venda online no site da Editora Age, por R$68.

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