A mostra 20/20 chega ao Museu Vale, no Espírito Santo, a partir do dia 30 de outubro e fica até 25 de fevereiro de 2019. Os artistas Luciano Feijão e Juliana Pessoa levam trabalhos que propõem uma reflexão sobre o negro e as matrizes africanas. Enquanto Fredone Fone irá colorir a fachada do museu com o seu graffiti nas cores preta, branca e vermelha.
Luciano apresenta um contraponto ao que se produziu do negro em posições secundárias e de dominação no imaginário racista, propondo uma superação a essa condição. Em sua obra, a sola do pé feito de papel filtro, golpeada inúmeras vezes com estilete, carrega histórias africanas seculares.
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“Histórias destruídas pela própria dinâmica escravocrata, que contribuiu para o desenvolvimento de uma subjetividade racista e política de branqueamento da população brasileira. A sola do pé demarca a rota da diáspora africana, é um mapa desterritorializado que se evidencia”, pontua o artista.
Já a artista Juliana Pessoa, mostra desenhos que exploram o imaginário das religiões de matriz africana, através das fotografias de Pierre Verger, fotógrafo e etnólogo francês que viveu em Salvador, onde se dedicou ao estudo da cultura afro-baiana, incluindo a diáspora africana e os aspectos religiosos do Candomblé. Para sua obra, ela escolheu materiais elementares, como carvão, grafite, giz, pigmentos em pó, argila e papel pardo, tendo em vista repercutir a simplicidade dessas religiões de terreiro.
“Simples não por serem simplórias ou rudimentares, mas por reconhecerem em cada elemento da natureza – no vigor do próprio corpo – a essência do divino”, explica.
A exposição comemorativa aos 20 anos reúne 20 artistas e oferece uma discussão que dialoga entre artes visuais, literatura, tradição, diáspora, territorialidade, arquitetura, urbanismo, afetos, história da arte e ecologia. A mostra terá 75 trabalhos inéditos, em diversas categorias como grafite, instalações, site specific, gravuras, fotografias, bordado, pinturas e desenhos.
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