Como celebração da quinta e última temporada da série ‘Sintonia’, a Netflix promoveu o festival ‘Sintonia – O Último Baile’, no último sábado, 1º de fevereiro, em São Paulo. No entanto, a equipe do Mundo Negro, um dos veículos credenciados, foi expulso da área de cobertura da imprensa e relatou falta de respeito por parte da segurança.
“O show das gêmeas Tasha & Tracie, Duquesa e Menorzinha, começou cerca de 16h. Bárbara [Jadeh] e eu, prontamente fomos para a frente do palco fazer os registros, mas passado 20 minutos, os seguranças nos tiraram do espaço, numa total falta de educação. Eu só consegui registrar uma parte do show de Tasha & Tracie e Menorzinha, pois os seguranças nos tiraram logo no início da apresentação que teve em média 1h de duração”, relatou a correspondente do Mundo Negro, Carolina Viana, que esteve junto com a Bárbara Jadeh no evento para a cobertura.
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Após o credenciamento do Mundo Negro ser aprovado junto a assessoria de imprensa ágora, havia sido acordado uma entrevista com o elenco na área VIP, o que também não ocorreu. “Informaram [no evento] que não poderíamos mais entrevistá-los, que iriam nos levar até o VIP, mas não poderíamos fazer entrevista com ninguém. Só tirar fotos e conversar, mas sem registro como entrevistas. Lá só podíamos ficar 30 minutos, e logo saímos”, afirma Carol.
Ao longo do evento, a equipe continuou acompanhando os shows e fazendo cobertura na área geral, mas quando tentou acessar a sala de imprensa para aguardar o show dos Racionais MC’s, foram impedidas novamente.
“O segurança não deixou, disse que outras pessoas estavam acessando o espaço sem ser da imprensa, e que por isso, eles não deixariam mais ninguém entrar. Outra justificativa foi que os próprios artistas não permitiram qualquer imprensa entrar, e que os artistas iriam indicar qual imprensa poderia acessar”, finaliza.
No dia do evento, a TV Fridas também relatou situações semelhantes e publicou uma nota no Instagram lamentando o ocorrido. “A mídia independente, em especial, é fundamental para garantir que as narrativas não fiquem restritas a quem já tem espaço e reconhecimento”, disse em um trecho da nota publicada no domingo.
“A periferia sempre lutou por reconhecimento, mas vemos com tristeza que, mesmo dentro de um evento que carrega essa identidade, se mantém a lógica excludente da indústria. Se artistas que vieram da quebrada hoje têm a oportunidade de ocupar grandes palcos, foi porque veículos de todas as proporções falaram sobre eles antes do estrelato”, completa.
O Mundo Negro tentou entrar em contato com a assessoria de imprensa da Netflix, mas não teve retorno até o fechamento da reportagem.
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