Apesar da “liberdade”, as relações trabalhistas no Brasil ainda carregam uma forte carga do período escravocrata. Juntamente com a educação, o mercado de trabalho é um dos setores onde o racismo estrutural age de forma mais explícita. Em grandes empresas a cor de quem serve o café é sempre a mesma, assim como a do CEO.
A população negra brasileira, que representa um contingente de mais de 110 milhões de pessoas (54%), segue em desvantagem no mercado de trabalho ainda nos dias de hoje, menos de 1% é o percentual de mulheres negras em cargos executivos nas 500 maiores empresas no país (Instituto Ethos, 2016).
Notícias Relacionadas
Medalhista olímpica, Bia Souza é indicada ao prêmio de melhor judoca do mundo em 2024
Projeto Paradiso e Empoderadas anunciam residência para roteiristas negras na Espanha
Ao longo de 268 páginas a ativista e Diretora Executiva do ID_Br, Luana Genót, uma das principais vozes da luta pela igualdade racial no mercado trabalho, retrata em seu livro “Sim à Igualdade Racial – raça e mercado de trabalho”(Editora Pallas) como as relações de trabalho têm se dado no Brasil, dentro da esfera das relações raciais sobretudo em grandes corporações. Ela usa dados estatísticos atualizados, fazendo um largo panorama que mostra a discrepância negros e brancos no mercado de trabalho.
A obra que será lançada hoje, 21 de março (Dia Internacional Contra a Discriminação Racial) , no RJ, mostra, por exemplo, que mesmo com o aumento da comunidade negra dentro das universidades, não houve um inserção proporcional desse perfil dentro dos quadros de lideranças das grandes empresas.
“Todos nós temos papel fundamental na mudança do cenário atual. A igualdade racial é peça-chave para o crescimento das empresas e sua diversidade. Estamos aqui para auxiliá-las a olhar para esse tema como oportunidade de mercado e transformação social. Precisamos priorizar o assunto que muitas vezes é deixado de lado”, afirma Genót.
O livro traz 16 depoimentos de pessoas de diferentes perfis, além das falas da própria Luana e de seus pais. A autora despertou para o problema quando foi vítima de preconceito racial em ambientes corporativos.
As entrevistas foram escritas na primeira pessoa, de acordo com Luana Génot para que os leitores possam se colocar mais facilmente no lugar dos personagens. Ela propõe a observação de alguns termos recorrentes quando o assunto é raça, que estão em destaque no livro, como: “branquitude”, “colorismo”, “heteroidentificação”, “etnia”, “interseccionalidade”,“viés inconsciente” e “democracia racial”.
Na perspectiva da jornalista Flávia Oliveira, uma das entrevistadas, a sua excessiva representatividade é prova da assimetria racial no mercado de trabalho. “Eu não teria muita visibilidade se fôssemos muitos negros no jornalismo de TV, rádio ou qualquer outro meio”, afirma.
Serviço do lançamento no Rio de Janeiro:
“Sim à Igualdade Racial – raça e mercado de trabalho”, de Luana Génot
Endereço: Livraria da Travessa Leblon – Av. Afrânio de Melo Franco, 290 – loja 205A
Data: 21/03
Horário: 19h
Entrada franca
Serviço do livro:
“Sim à Igualdade Racial – raça e mercado de trabalho”, de Luana Génot
Pallas Editora
Políticas afirmativas/racismo
272 páginas
R$ 54,90
Notícias Recentes
‘O Auto da Compadecida 2’: Um presente de Natal para os fãs, com a essência do clássico nos cinemas
Leci Brandão celebra 80 anos e cinco décadas de samba em programa especial da TV Brasil