Mulher do Alabama se torna a receptora de órgão de porco com maior tempo de vida

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Mulher do Alabama se torna a receptora de órgão de porco com maior tempo de vida
Foto: NYU Langone

Towana Looney, uma mulher de 53 anos do Alabama, atingiu um marco significativo na medicina ao se tornar a receptora de órgão de porco com maior tempo de vida. Há 61 dias, ela vive com um rim de porco geneticamente editado, saudável e cheia de energia, superando expectativas e trazendo esperança para o campo dos transplantes entre espécies.

“Eu sou uma supermulher”, disse Looney à Associated Press, rindo ao relatar como ultrapassa familiares em longas caminhadas por Nova York, onde está vivendo temporariamente para acompanhamento médico. “É uma nova visão da vida”, completou. A recuperação de Looney é um incentivo moral na busca para tornar os transplantes de animais para humanos uma realidade. Até agora, apenas quatro outros americanos receberam transplantes altamente experimentais de órgãos de porcos geneticamente modificados – dois corações e dois rins –, mas nenhum viveu mais do que dois meses.

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“Se você a visse na rua, não teria ideia de que ela é a única pessoa no mundo andando por aí com um órgão de porco funcionando dentro dela”, disse o Dr. Robert Montgomery, da NYU Langone Health, que liderou o transplante. Ele descreveu a função renal de Looney como “absolutamente normal” e se mostrou otimista sobre sua recuperação contínua.

Cientistas têm alterado geneticamente porcos para que seus órgãos sejam mais compatíveis com humanos, uma resposta à grave escassez de órgãos transplantáveis. Nos EUA, mais de 100 mil pessoas aguardam na lista de transplantes, a maioria precisando de um rim, e milhares morrem a cada ano sem receber um órgão.

Os transplantes de órgãos de porcos têm sido casos de “uso compassivo”, permitidos pela Food and Drug Administration (FDA), agência reguladora norte-americana, apenas em circunstâncias especiais para pacientes sem outras opções. Hospitais envolvidos nesses experimentos compartilham informações para preparar os primeiros estudos formais de xenotransplante, esperados para começar ainda este ano.

A United Therapeutics, empresa que forneceu o rim de Looney, recentemente solicitou autorização da FDA para iniciar um teste clínico. Enquanto isso, o progresso de Looney tem sido uma “experiência muito preciosa”, segundo o Dr. Tatsuo Kawai, do Hospital Geral de Massachusetts, que liderou o primeiro transplante de rim de porco do mundo em 2023.

Looney já havia doado um rim para sua mãe em 1999. Anos depois, complicações na gravidez causaram pressão alta, danificando seu rim restante e levando à falência renal. Após oito anos em diálise, ela foi considerada inelegível para um transplante humano devido a altos níveis de anticorpos que atacariam um novo órgão.

Foi então que Looney se candidatou ao experimento com o rim de porco. Onze dias após a cirurgia, em 25 de novembro, ela recebeu alta, mas sua equipe médica continuou monitorando de perto sua recuperação. Cerca de três semanas após o transplante, sinais sutis de rejeição foram detectados e tratados com sucesso, graças a lições aprendidas em um experimento anterior com um corpo doado para pesquisa.

Com informações da Associated Press.

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