Silvio Almeida esteve no centro do Roda Vida na noite de segunda-feira, 22, e além da aula sobre questões raciais, nos brindou com uma das mais lindas definições sobre que é o movimento negro: “Movimento negro é a solidariedade que existe dentro das favelas, são as escolas de samba, são os terreiros. São lugares de aprendizado. Não teve um momento em que o movimento negro tenha abandonado seus jovens.”
Um dos assuntos mais comentados no Twitter, a entrevista com o filósofo, jurista e professor trouxe mais sofisticação para a discussão racial tão presente na mídia e redes sociais desde o assassinato de George Floyd.
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Silvio falou diversas vezes sobre a perversidade do racismo, racismo estrutural e necropolítica, tema que que ele associa ao enfraquecimento do Estado, tão essencial em tempos de pandemia por conta do coronavírus. “Ser antirracista é incompatível com outra coisa que não seja a defesa do SUS”, destacou o professor.
Almeida ressaltou a urgência de não de dissociar o racismo da economia, visto que a diversidade gera lucro e dessa forma “o racismo é incompatível com o desenvolvimento econômico”.
Ao falar sobre meios de comunicação, o jurista atacou a imprensa como agente de perpetuação do racismo. “ A imprensa é conivente com a propagação da imagem do negro como ser subalterno”, detalhou o intelectual.
O professor também celebrou a importância das mulheres negras. “As mulheres negras hoje lideram o movimento negro. […] É impossível pensar a dimensão da luta antirracista se não houver também uma luta pela igualdade de gênero, isso é fundamental.”
Na bancada do Roda Viva, além da apresentadora Vera Magalhães estiveram participando Flavia Lima (Folha), Joyce Ribeiro (TV Cultura), Paulo Cruz (Gazeta do Povo), Paula Miraglia (Nexus) e Thiago Amparo (FGV).
Confira o programa na íntegra.
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