Entre as representantes, Anielle Franco é convidada para a cerimônia oficial
Sete organizações do movimento negro estão no Chile acompanhando a transformação política do país e realizando troca de experiências com lideranças do País. Entre as instituções estão Casa Sueli Carneiro, Instituto Marielle Franco, Instituto de Referência Negra Peregum, Movimento Mulheres Negras Decidem, Uneafro Brasil, Geledés Instituto da Mulher Negra e Perifa Connection. Nesta sexta (11), elas acompanham a posse do novo presidente chileno, Gabriel Boric. Entre elas, Anielle Franco, é convidada oficial da cerimônia que ocorrem em Valparaíso.
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Durante a viagem, as organizações que integram a Coalizão Negra por Direitos encontraram movimentos e organizações da sociedade civil, lideranças na Convenção que irá decidir a nova Constituinte chilena e três ministras do novo Governo.
O Chile passa por processos de transformação e uma onda de esperança avança no País. Destaque para a mobilização dos povos originários, como o mapuche, dos movimentos indígenas, para incidir na nova constituinte chilena, bem como as lideranças que estarão na posse de Boric.
Para Beatriz Lourenço, militante da Uneafro Brasil, o movimento negro brasileiro tem papel fundamental para o processo de construção da verdadeira democracia no Brasil.
“Se a sociedade brasileira entender a importância do movimento negro, podemos continuar nossa resistência, mas trazendo um pouco de esperança a partir das eleições de 2022 aqui também. Seja com o fortalecimento de lideranças negras, candidatas ou não, e na luta de militantes, principalmente com a liderança de mulheres negras”, acredita ela.
O grupo se reuniu com organizações que estão trabalhando para a maior participação política de grupos historicamente subrepresentados, como o Ahora nos toca participar e Ciudadanía Inteligente y Plataforma Contexto.
Além disso, o grupo conheceu a Convenção da formação da nova Constituinte chilena. Para Anielle Franco, diretora executiva do Instituto Marielle Franco e uma dos três brasileiros convidados para a posse de Boric, esse é um momento favorável na América Latina para os movimentos sociais, em especial o de mulheres negras.
“São as mulheres negras que estão historicamente à frente dos processos de construção do país e de consolidação da democracia brasileira. Este é um momento de maior evidência do protagonismo das mulheres negras. A candidatura de Francia Marquéz corrobora como esse processo abrange toda a América Latina. E, no Chile, vemos que as vozes das ruas e dos movimentos conseguiram avançar com suas pautas e ocuparam a política institucional. Isso nos dá também esperança para este ano no Brasil.”, pontua Anielle.
No dia 8 de março, o grupo ainda participou do 8M, marcha pelo Dia Internacional da Mulher, em Santiago. “É uma oportunidade de aprender com as mulheres negras colombianas estratégias de comunicação e mobilização para a construção de uma candidatura feminina e negra à Presidência, fato ainda inédito para nós no Brasil. Nós mulheres negras somos mais de 28% da população brasileira. Então, eleger uma presidenta negra é um projeto que está no horizonte, como um passo necessário para o aprofundamento da nossa democracia”, afirma Tainah Pereira, coordenadora política do Movimento Mulheres Negras Decidem.
Nessas eleições, haverá uma grande disputa colocada sobre os representantes que irão propor diferentes modelos de país. A viagem comprova a vanguarda, força e influência do movimento negro brasileiro na América Latina que tem papel fundamental para o alcance da plena democracia no Brasil e está a frente dos processos históricos desta consolidação democrática.
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