A pandemia agravou ainda mais a relação das pessoas com o próprio corpo. A alimentação piorou e o sedentarismo aumentou. Para pessoas gordas isso é ainda mais cruel, porque a maioria das referencias de bem-estar e condicionamento físico são pessoas magras (e brancas).
A estudante de educação física Ellen Valias, usa as redes sociais para incentivar pessoas gordas como ela a se mexerem sem medo de ser feliz. Se engana quem pensa que a paulistana de 39 anos, vai ensinar seus seguidores exercícios para emagrecer. “As pessoas precisam construir uma nova relação com atividade física, porque tudo o que falaram para a gente é errado. É baseado é numa estética imposta, em um falso discurso de saúde que só busca o emagrecimento. Então as pessoas começam na atividade física porque tem um projeto de verão, porque tem que se punir porque comeu alguma coisa. As pessoas precisam começar a construir uma nova relação com a atividade física”, explica a mãe de três filhos.
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Seu perfil no Instagram @atleta_de_peso tem quase 90 mil seguidores que recebem um conteúdo inspirador por meio de fotos e vídeos de pessoas gordas fazendo o que influenciadores fitness padrão fazem. “É importante buscar profissionais de saúde também que falam isso de forma honesta. Não como a gente vê na internet que blogueiras e blogueiros lucram, toda essa indústria lucra através de um falso discurso de saúde”, detalha.
Na perspectiva das pessoas negras, Ellen reconhece as dificuldades até pelo ponto de vista financeiro. “O sedentarismo atinge sim as pessoas negras de forma diferente das pessoas brancas e privilegiadas. Porque a atividade física ela ainda é um privilégio na nossa sociedade. Quem tem privilégio tem lá o seu personal trainer ou consegue frequentar uma academia que é um ambiente que exclui o corpo gordo. A população preta precisa se movimentar, a gente precisa ter esse hábito saudável que é direito nosso, mas aí é vendido somente um sonho de que o menino tem que ser um jogador de futebol e nesse falsos discursos de sonho que ele pode ficar rico que só dá essa opção para o menino preto”, exemplifica a influenciadora.
Sobre sua produção de conteúdo na Internet Ellen foca na sua preocupação em acolher o aluno que não se sente bem-vindo em outros ambientes.
“Eu tento mostrar aqui essa representação do corpo gordo que se movimenta e isso não tem nada a ver com emagrecimento. No meu canal no YouTube, no Instagram também a aula com os professores recebendo uma pessoa a gorda de forma acolhedora. As pessoas gordas se sentem mais à vontade quando o professor é gordo, lembrando que esse professor gordo também é questionado profissionalmente por ser uma pessoa gorda”, finaliza a influenciadora.
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