Motoboy negro atacado por homem branco com uma faca, em Porto Alegre, pode ser indiciado por lesão corporal

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Motoboy negro atacado por homem branco com uma faca, em Porto Alegre, pode ser indiciado por lesão corporal
Foto: Reprodução/RBS TV

Algemado e conduzido à delegacia por policiais após chamar a Brigada Militar depois de ser atacado por Sérgio Camargo Kupstaitis, um homem branco de 72 anos, em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, o motoboy Everton Henrique Goandete da Silva, 40, deve ser indiciado por lesão corporal de acordo com a Polícia Civil.

A informação sobre o indiciamento do motoboy foi confirmada pela delegada Rosane de Oliveira, da 3ª Delegacia de Polícia (DP) da Capital, ao portal g1. Segundo Oliveira, responsável pelas investigações, “Efetivamente, vai ter o indiciamento de lesão corporal de ambas as partes, tanto do motoboy quanto do senhor, que feriram-se mutuamente. O outro delito ainda vai ser apurado”, informou ela ao se referir às acusações de racismo na abordagem dos policiais.

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O caso aconteceu na tarde de sábado, 17, no bairro Rio Branco, em Porto Alegre, quando o motoboy, Everton Henrique Goandete da Silva, de 40 anos, acionou agentes do 9º Batalhão de Polícia Militar depois de ser agredido com um canivete por Sérgio Camargo Kupstaitis. As imagens gravadas por testemunhas, mostram Everton sendo puxado pela camiseta por um policial depois de retrucar a um comentário do agressor, ele então é cercado pelos policiais que tentam algemá-lo enquanto o homem branco sai do local. Nesse momento, testemunhas começam a reclamar que Everton é a vítima da ocorrência. A conduta policial foi criticada pelas testemunhas, que apontaram racismo na abordagem ao homem negro.

O advogado de Everton, Ramiro Goulart afirmou para a Folha de S. Paulo, que a abordagem sofrida por seu cliente foi “ríspida, inadequada, violenta, racial, que tratou um homem branco de uma forma e um homem negro de outra”. Ele também classificou o indiciamento do motoboy como ‘lamentável’ e espera que Sérgio Kupstaitis seja indiciado por tentativa de homicídio.

Em depoimento, Kupstaitis contou que desceu do prédio onde mora com um canivete. “Ele admitiu que desceu do apartamento já com o canivete na mão porque estava alterado em razão das provocações do motoboy. Ele disse que acertou o motoboy. Em contrapartida, ele levou duas pedradas na perna”, diz a delegada. Segundo ela, o homem de 72 anos contou que tinha uma desavença antiga com o grupo de motoboys porque “ficam defronte à casa dele e acabam provocando algum tipo de tumulto ou importunando ele”. A delegada afirmou que as informações devem ser apuradas no inquérito e outras versões devem ser ouvidas.

O canivete usado para agredir Everton Silva foi entregue por Sérgio Camargo Kupstaitis à polícia. A Corregedoria da Brigada Militar vai investigar um suposto abuso de autoridade cometido pelos agentes que atenderam a ocorrência.

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