Conversamos com Monique Evelle, que é conhecida por seus negócios sociais de comunicação e economia criativa, como o Desabafo Social, Radar e a Evelle Consultoria e por ter feito parte da equipe do Profissão Repórter, da Rede Globo.
O que poucas pessoas sabem é que ela escreve sobre inovações políticas no Brasil, para o Asuntos del Sur, uma organização da Argentina que realiza análises, debates e propostas de políticas públicas para uma América Latina mais democrática e inclusiva. Ela também fez parte da construção da Red de Innovación Politica, que utiliza as novas tecnologias para gerar uma cultura hacker nos sistemas políticos vigentes na América Latina.
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Monique já escreveu para o livro “Qué democracia para el siglo XXI?” e atualmente está terminando o “Diploma em Inovação Política“, pela University of Arizona Center for Latin American Studies, Asuntos del Sur e Red de Innovación Politica. O diploma compreende três módulos: Sociedades em transformação; Gestão pública aberta e participativa; e Economias colaborativas, inclusivas e sustentáveis; mais um laboratório prático onde aprenderá a desenvolver projetos sociais com metodologia Feeling.
Agora ela quer propor ferramentas de inovações políticas para que mulheres, principalmente negras, utilizem em suas candidaturas até o mandato. Segundo Monique, após iniciar os estudos sobre os impactos da tecnologia blockchain na sociedade, nos governos e nas empresas, ela passou a repensar estratégias mais eficazes de tomada de decisão, descentralização do poder.
“A música “O que se cala“, de Douglas Germano, cantada por Elza Soares me levou à conclusão que deveria ser agora, porque “O meu país é meu lugar de fala” […] Tivemos que perder Marielle Franco para que as fundações Ford, Open Society e Ibirapitanga se unissem e criassem um fundo para financiar a criação de lideranças políticas, principalmente mulheres negras. Ou seja, temos que morrer para que façam algo. Além disso, acho cômico e perigoso o quanto as pessoas só sabem olhar para o retrovisor. Querem mudança, mas pedem intervenção militar, que já aconteceu no Brasil e não deu certo. Só conseguem exigir mudança querendo que o passado volte. É inacreditável”.
1- O que espera das eleições?
“Não sou pessimista, mesmo diante das situações que o Brasil se encontra. Mas independente do que acontecer nessas eleições, precisamos recuperar a política para as pessoas agora“.
2- Você já conversou com alguém sobre o desenvolvimento dessas ferramentas? Como pretende fazer isso?
“Tenho algumas premissas que não abro mão quando falamos sobre política institucional, como por exemplo, criar mecanismos que abram os processos de decisão para redistribuir o poder, pautas raciais, de gênero , direitos humanos de forma geral/
Então, comecei com algumas pessoas e a primeira que se mostrou disposta a fazer esse exercício foi Érica Malunguinho, pré-candidata a Deputada Estadual em São Paulo, pelo PSOL. E agora é testar essa inteligência coletiva de forma transparente para construir uma plataforma política. Vamos testar uma tecnologia descentralizada, transparente e focada na inteligência coletiva. Mas estou disponível para conversar com quem quiser entender mais“.
3- Como você acha que essas ferramentas podem ajudar as mulheres? E de que forma isso pode auxiliar no processo de visibilidade à essas mulheres?
“Neste momento, a plataforma está com o papel de ser um espaço de tomadas de decisões online, onde o usuários escolhem os dados que compartilham. Mas acredito que elas possam ser pioneiras dentro política institucional a utilizarem uma plataforma de governança online descentralizada e incorruptível, em um futuro muito próximo. Todo mundo fala que quer o novo. Mas será que estão preparados para que o novo venha? É isso“.
Para acompanhar os trabalhos de Monique de perto, basta clicar aqui.
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