Pernambucana recebeu o Prêmio Cabíria de Roteiro, trabalhou na montagem de “Pluft, o Fantasminha” e está em cartaz com documentário sobre cartas de amor. Natara faz parte da Kilomba Produções ao lado de Erika Candido e Monique Rocco.
Uma coleção de prêmios e realizações em 2022. A noite literalmente não adormece nos olhos de Natara Ney. A cineasta e jornalista negra pernambucana está a todo vapor. Integrante da Kilomba Produções, ao lado de Erika Candido e Monique Rocco, ela começou o ano levando a prata no “New York Film Festivals” com o documentário “Elza Infinita”, dirigido em parceria com Erika, e acaba de receber o Prêmio Cabíria de Roteiro, segundo lugar com “Vedetes do Subúrbio”, concebido ao lado de Luisa Arraes e Janaina Fischer.
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Em meio ao reconhecimento, diversas realizações em cartaz. Entre elas, o documentário romântico “Espero que esta te encontre e que estejas bem”, que tem direção e roteiro de Natara e vai para a décima semana de exibição e em breve chega nas plataformas de streaming. “Pluft, o Fantasminha”, primeiro filme infantil brasileiro de live-action em 3D, também contou com a participação da cineasta negra, que dividiu a montagem com Welington Dutra.
O próximo desafio de Natara é a acessibilidade no audiovisual. Entre os dias 23 e 28 de agosto, ela participa do Festival de Filmes com Acessibilidade Comunicacional do Recife, exibindo uma versão adaptada de “Espero que esta te encontre e que estejas bem”, documentário baseado na troca de cartas entre um casal separado por milhares de quilômetros de saudade e sonhos.
“Minha expectativa é cada vez mais e mais mostrar para as mulheres, principalmente para mulheres negras, que podemos romper silenciamentos seculares e colocar nossas vozes no megafone para dizermos bem alto o que pensamos sobre o mundo, sobre o amor e sobre nós mesmas”, ressalta Natara, que afirma sua identidade enquanto mulher negra, nordestina, filha de Iemanjá e Oxóssi, devota de São Jorge.
“Tenho sorte por não ter morrido precocemente por doença, antes dos 30, ou emboscada, antes dos 20. Contar histórias sempre foi um desejo, que me empurrou ao jornalismo. Adiante compreendi que podia inventar minhas próprias narrativas, e um pouco adiante me encantei com experiências já vividas que precisavam ser contadas e reinventadas. Hoje conto todo tipo de história. Vivo me reescrevendo.”
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