Por: Arthur Anthunes *
Não é exagero dizer que Michael Jackson foi um dos artistas mais impactantes na história da música. O eterno Rei do Pop construiu uma carreira marcada por recordes, sucessos estrondosos no mundo todo e fez com que seu legado mudasse para sempre a forma como os artistas produziam arte, indo muito além de vídeos monocromáticos e produções sem enredo.
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Após o lançamento do álbum ‘Thriller’ em Novembro de 1982, toda a indústria mudaria sua forma de apresentar conteúdo para a sociedade.
O primeiro grande choque do álbum aconteceu com ‘Billie Jean’, em 1983, a música que em seu visual, trazia Michael quase como uma figura mítica, dançando sobre ladrilhos que brilhavam, num misterioso enredo.
A canção atingiu o topo de todas as paradas e com o vídeo, Michael acabou se tornando o primeiro artista negro a ter um clipe aparecendo na grade da MTV (Music Television), emissora que, naquele momento tinha pouco mais de 1 ano de existência.
Na época, a própria MTV era acusada de não reproduzir artistas negros em sua grade, muitos inclusive, se questionavam o porquê de nomes como Rick James, Stevie Wonder ou Diana Ross não figurarem nas tabelas e programas da emissora.
Com o decorrer do álbum, vieram grandes hits como ‘Human Nature’, ‘Wanna Be Starting Something’ e ‘Beat It’, a primeira composição de rock de Michael, que trazia elementos visuais muito bem construídos, coreografias e temas populares associados, foi inclusive, a primeira música de um negro a tocar nas rádios de rock declaradamente brancas, assumindo o topo dos charts de R&B, Pop e Rock simultaneamente. Porém, o auge visual de todo o disco, aconteceu com a faixa título, ‘Thriller’.
Para a produção do clipe de ‘Thriller’, Michael tinha se interessado pelo trabalho do diretor John Landis, após ver o filme „Um Lobisomem Americano em Londres’, de 1981. O longa de terror com tons de comédia, apresentava a história e as aventuras de um homem que se transformava em lobisomem. A produção acabou suscitando em Michael o desejo de adicionar aquela arte sombria e com efeitos de maquiagem em seu futuro vídeo.
O Diretor John Landis inclusive, conta que Michael queria se transformar num verdadeiro monstro e tudo teria que se dar de forma muito espetacular e surpreendente. Na visão do diretor, tudo foi muito bem pensado e milimetricamente executado, por exemplo, existia uma preocupação muito grande por parte de Michael, em tornar até a coreografia dos zumbis ao seu lado, a mais séria possível, de forma a não parecer cômica para o espectador, ver monstros dançando daquela forma. Por isso, toda a equipe ensaiou muito, por semanas seguidas, até atingir passos perfeitos, e de fato, foi o que aconteceu.
Toda a atmosfera de ‘Thriller’ se mostrava ÚNICA para aquele momento, porque misturava pela primeira vez, a idéia do cinema com a música. Tínhamos ali, uma história sendo narrada, personagens bem definidos, mixagem de som em determinados momentos e alterações bem características de um curta-metragem, nunca antes usada ou pensada por outro artista.
Com o sucesso estrondoso do curta-metragem de 14 MINUTOS, apresentado com exclusividade na MTV, a emissora obteve um crescimento gigantesco em audiência e com efeito, passou a abrir caminho para outros artistas negros, para demais produções de R&B, Soul e Black Music, era o fim de uma barreira. Com isso, demais artistas passaram a contar histórias em seus clipes e a associarem a letra da música com um enredo bem definido, de forma a prender a atenção do espectador.
A partir daquele momento, se deu início a uma nova era no mundo da música. Nas palavras da própria equipe do Rei do Pop:
“Quando a MTV estreou ‘Thriller’, de Michael Jackson, no dia 02 de dezembro de 1983, o curta-metragem mudou o gênero dos vídeos musicais de cabeça para baixo, para sempre.”
*Arthur Anthunes é jornalista especializado em cultura pop e ama a Beyoncé
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