Uma reportagem emocionante feita por Maju Coutinho e exibida no Fantástico deste domingo (10) mostrou os bastidores da primeira viagem da cantora IZA ao continente africano. Para as duas, foi a primeira vez no continente e a viagem, por si só, já carregava o poder do retorno, e de se sentir, de alguma forma, chegando em casa.
Cheia de sensibilidade e emoção, a reportagem mostra em imagem e som a diferença que faz ter uma jornalista negra, consciente e que sente o que fala, acompanhando um momento tão importante na vida de outra mulher negra. Durante a reportagem, Iza teve oportunidade de conhecer o monumento em homenagem à rainha Njinga Mbandi, primeira mulher a governar o território angolano e enfrentar a colonização Portuguesa.
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“Não é brincadeira, não!”, disse Iza visivelmente emocionada ao tocar a estátua de mais de dez metros de altura. Para um olhar desatento, pode parecer sem sentido se emocionar ao chegar perto de uma estátua, mas aquela emoção nos olhos de Iza e na voz de Maju, mostraram o poder de conhecer a própria história. Para Iza, ouvir a história da rainha Njinga foi pissível graças a Carlinhos Brown, com quem ela teve oportunidade de trabalhar.
Chama a atenção IZA ser chamada de “rainha da representatividade” em Angola, por um dos apresentadores do show, logo antes de sua entrada no palco. A emoção dos fãs que assistiram o show da cantora no festival Unitel Festa da Música, mostrando que os laços que unem a popstar e seus admiradores além do atlântico são firmados em admiração, identificação, e, claro, no talento que Iza tem de sobra.
Quantas vezes tivemos de assistir reportagens com um olhar exótico, apresentado mensagens e imagens estereotipadas e sem sentir a identificação e até mesmo a emoção que Maju transmitiu em sua reportagem? Duas mulheres negras com suas particularidades e histórias próprias dividiram com o Brasil a emoção de entrar em contato com uma parte importante das trajetórias do povo preto brasileiro que foi negada a nós.
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