O conflito entre o exército e os paramilitares no Sudão está criando uma crise humanitária nos países vizinhos. Segundo informações divulgadas pela Organização das Nações Unidas (ONU) nesta terça-feira (02), mais de 100 mil pessoas deixaram o país. A preocupação da ONU é que mais de 800 mil pessoas deixem o Sudão se o conflito continuar, causando uma crise.
Segundo as informações da do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), da ONU, se o conflito continuar no Sudão, se desencadeará uma crise humanitária nos países vizinhos por conta das fugas. Já dentro do país, 340 mil pessoas deixaram suas casas e estão procurando refúgio.
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“O risco é que não será apenas uma crise no Sudão, será uma crise regional”, disse Michael Dunford, diretor do Programa Mundial de Alimentos (PMA) da ONU que também fez um alerta: “A menos que paremos os combates, a menos que paremos agora, o impacto em escala humanitária será enorme.”
Países como Egito, Chade e Sudão do Sul, que fazem fronteira, são os principais destinos dos refugiados e são os primeiros a sofrerem as consequências. “Em consulta com todos os governos e parceiros envolvidos, chegamos a um número de planejamento de 815.000 pessoas que podem fugir para os sete países vizinhos”, disse Raouf Mazou, alto comissário assistente do ACNUR, em uma coletiva em Genebra, Suíça.
No último domingo, os dois lados concordaram em um cessar-fogo, mas o acordo não foi mantido e moradores de Cartum relataram tiros e explosões. Segundo os dois lados, seus rivais não mantiveram o acordo. Essa é a terceira tentativa de cessar-fogo mal sucedida nos últimos dias.
No momento, Sudão conta apenas com 14% do valor estimado para ajudar na ajuda humanitária. O Escritório para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) das Nações Unidas, alertou que ainda faltam 1,75 bilhões de dólares para chegar no valor esperado para ajudar o país.
A guerra entre os paramilitares e o exército ainda parece estar longe de acabar. O chefe de ajuda da ONU, Martin Griffiths, disse que o país está em “ponto de ruptura” e pretende fazer uma visita ainda hoje. “A escala e a velocidade do que está acontecendo no Sudão não têm precedentes”, disse Griffiths.
Desde 15 de abril o conflito entre o exército, liderado por Abdel Fattah al-Burhanse, e os paramilitares, liderados pelo general Mohamed Hamdan Dagalo, intensificou causando uma guerra civil no país. Mais ou menos 528 pessoas morreram e 4599 ficaram feridas.
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