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Mais da metade dos brasileiros (51%) afirmam já ter presenciado alguma situação de racismo, é o que revela a pesquisa “Percepções sobre o racismo no Brasil” divulgada nesta quarta-feira (26). O estudo também mostra que 81% considera o Brasil um país racista.
A pesquisa feita pelo Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica (Ipec), a pedido do Instituto de Referência Negra Peregum e do Projeto Seta (Sistema de Educação por uma Transformação Antirracista), entrevistou mais de duas mil pessoas e indica que a maior parte da população enxerga o Brasil como um país racista: 60% das pessoas consideram sem nenhuma ressalva, enquanto, 21% consideram em partes.
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Em contrapartida, 16% das pessoas discordam que o Brasil é um país racista: 11% discorda totalmente, enquanto 5% discordam em parte.
Mais da metade (51%) dos entrevistados já disse ter presenciado alguma situação racista. Segundo a pesquisa, em primeiro lugar as ações racistas são violência verbal (66%), seguido por tratamento desigual (42%) e violência física (39).
A violência policial também foi citada no estudo como um dos fatores de desigualdade. Para 84% dos entrevistados a polícia trata de maneira diferente pessoas negras e brancas e 79% acredita que a polícia se baseia na cor da pele, tipo de cabelo e roupa na hora da abordagem.
Segundo a pesquisa, os espaços onde mais tiveram ocorrências de racismo foram em escola, faculdade e universidade (38%), logo depois espaços de trabalho (29%) e espaços públicos (28%), como ruas, parques e praças. Comércios representam 18%.
Para 44% das pessoas que responderam a pesquisa consideram raça, cor e etnia como principal gerador de desigualdades no país. Seguido por classe social (29%) e local de moradia (7%).
Quase todos os entrevistados disseram acreditar que as pessoas pretas são as que mais sofrem racismo no país (96%). Logo depois os povos indígenas (57%), imigrantes africanos (38%), quilombolas (29%) e pessoas pardas (23%).
Para Márcio Black, cientista político do Instituto Peregum, a pesquisa mostra que o racismo está presente no dia a dia. “Principalmente, que o racismo é o principal fator gerador de desigualdade hoje no Brasil. Que as pessoas negras sofrem mais violência policial, de que as pessoas negras têm menos acesso a oportunidades de trabalho, de acesso à renda, de educação e por aí vai. Isso abre uma oportunidade também para gente de entender onde estão as lacunas nas quais a gente precisa atuar”, disse o cientista.
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