Preta Lagbara entrou com uma ação na Justiça pedindo que a Tattoo Week e o tatuador Neto Coutinho sejam obrigados a fornecer os dados da pessoa que tatuou o rosto do seu filho, sem autorização, para que seja removido da pele. Com a imagem do menino Ayo, de 5 anos, o tatuador ganhou uma competição em segundo lugar, em outubro deste ano, em São Paulo.
“Achei que conseguiria contato com o tatuado. Queria muito explicar para ele o quanto a remoção dessa tatuagem é importante para mim. Acredito que para ele não seria um removedor de problemas. Tentei de todas as formas, tanto com a Tattoo Week, quanto com o Neto (Coutinho)”, disse Preta para o jornal O Globo.
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“Não faz sentido nenhum um homem estar com o rosto do meu filho no corpo. Como posso ser impedida de ter qualquer tipo de contato com esse homem, de olhar nos olhos dele e pedir, implorar, para que ele renove a tatuagem, cubra, faça outra arte por cima? Alguém precisa me dar uma resposta. Sou a mãe do Ayo. Estou nessa peleja desde 27 de outubro e não tenho resposta”, desabafa.
O advogado da Preta Lagbara, Djeff Amadeus, afirma que Neto e a Tattoo Week têm os dados da pessoa tatuada. “A Anvisa exige que as pessoas tatuadas em eventos do gênero sejam identificadas numa ficha cadastral. Isso é feito pensando na proteção das pessoas. A Tattoo Week e o tatuador Neto Coutinho sabem quem é o tatuado, têm todas as informações sobre ele, mas não querem ajudar uma mãe que gostaria de fazer um pedido a ele para que cobrisse a imagem do filho dela”.
Desde que a empresária denunciou o ocorrido, tem recebido diversos ataques racistas nas redes sociais e abriu um boletim de ocorrência na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) do Rio de Janeiro. O advogado disse que a delegacia já identificou três responsáveis pelos ataques.
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