Nesta quinta-feira (21), a ativista pelos animais Luisa Mell, publicou um vídeo no Instagram com uma enquete, questionando seus seguidores se a Margarida Bonetti, procurada pelo FBI dos Estados Unidos, merece perdão pelo crime de escravidão moderna e ainda houve pessoas que responderam que sim.
Ontem foi o lançamento do último episódio do podcast da Folha de S. Paulo, “A Mulher da Casa Abandonada“, do jornalista Chico Felitti, que narra a história da Margarida, moradora de uma mansão em Higienópolis, que torturou e escravizou uma mulher por 20 anos junto com o seu marido e fugiu do FBI para o Brasil. Mais tarde nesta quarta-feira, Luisa foi o centro das atenções quando invadiu a mansão para resgatar um suposto gato da proprietária, que não estaria recebendo os cuidados necessários.
Notícias Relacionadas
Netflix anuncia documentário sobre trajetória de Mike Tyson
ONU lança Segunda Década Internacional de Afrodescendentes com foco em justiça e igualdade
Em uma live com mais de 30 mil pessoas no seu perfil, Luisa descobriu, que na verdade, o gato se tratava da energia elétrica e ainda assim, ela entrou na casa com os policiais que elas estavam lá com uma autorização da Justiça de busca e apreensão para averiguação de crime de abandono de incapaz e roubou o cachorro das mãos de Margarida.
Durante a invasão ao vivo da Luisa também com o apresentador Datena no programa Brasil Urgente, ele ainda se solidarizou pela Margarida, a colocando como uma senhora frágil.
Após Luisa acusada nas redes sociais de sensacionalismo junto com o Datena e minimizar a dor da uma mulher negra escravizada por se preocupar mais com os “resgates” de animais, ela apareceu no vídeo de hoje criticando a escravidão e afirmando que concordaria com a prisão perpétua para esse tipo de crime, junto com a enquete do merecimento do perdão.
No Twitter, lideranças negras repercutiram como o caso da escravidão foi minimizado pela população. O colunista do Site Mundo Negro Levi Kaique, comparou as diferenças de comportamentos das pessoas brancas ao pregarem o ódio com o termo “bandido bom é bandido morto”: “Um celular vale mais do que a vida de uma pessoa preta”, escreveu.
A jornalista Tia Má também desabafou sobre o caso. “Me causa nojo e revolta!” e completa “a mulher torturou e escravizou uma mulher preta lá nos EUA, e aqui, ganhou ares de heroína”.
A vereadora de São Paulo Luana Alves, tweetou que a escravidão não acabou em 1988. “São 134 anos de trabalho análogo à escravidão escondida por trás da frase ‘é quase da família’, por trás da ideia de ’emprego está difícil pra todo mundo, estou fazendo um favor'”. E finaliza: “Margarida Bonetti é o retrato da sociedade brasileira”.
O escritor Renzo Carvalho lembrou que em 2019, a Luisa Mell promoveu difamações contra as religiões de matrizes africanas com a justificativa de defender os animais. “Justamente no momento em que os casos de perseguições aos terreiros mais estavam eclodindo no país”.
Notícias Recentes
‘O Auto da Compadecida 2’: Um presente de Natal para os fãs, com a essência do clássico nos cinemas
Leci Brandão celebra 80 anos e cinco décadas de samba em programa especial da TV Brasil