Após uma análise da equipe técnica da Secretaria de Educação (SED) do Mato Grosso do Sul, os exemplares do livro ‘O Avesso da Pele’, escrito por Jeferson Tenório, estão sendo devolvidos às bibliotecas das escolas públicas do estado. Os livros haviam sido retirados das bibliotecas públicas após uma determinação do governador Eduardo Riedel (PSDB) sob a justificativa de que continham trechos considerados “impróprios” para a faixa etária dos estudantes.
Na quarta-feira, 24, Jeferson Tenório fez uma publicação informando que a editora Companhia das Letras, editora responsável pela publicação de ‘O Avesso da Pele’, havia entrado com mandados de segurança contra a ordem de recolhimento do livro também no MS. “No início de março, fomos à Justiça contra as ordens de recolhimento do livro “O avesso da pele”, de Jeferson Tenório, proferidas por autoridades dos estados do Goiás, Mato Grosso do Sul e Paraná. As ações tinham como finalidade a imediata suspensão do recolhimento das obras e a devolução das que já tivessem sido recolhidas das escolas públicas dos respectivos estados. A decisão, felizmente, foi revista nos estados de Goiás e Paraná, e o livro pôde voltar às escolas para os alunos de Ensino Médio”, dizia a nota.
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Ao abordar a decisão de devolver os livros às bibliotecas, a secretaria de educação do MS justificou em nota publicada pelo G1: “após análise realizada pela equipe técnica da pasta, a obra está em processo de devolução para as bibliotecas das unidades escolares da Rede Estadual de Ensino, com as orientações pedagógicas quanto à indicação de uso”. Os livros haviam sido retirados das bibliotecas do MS no dia 6 de março.
A controvérsia em torno da obra, publicada em 2020 e vencedora do Prêmio Jabuti em 2021, surgiu devido à sua abordagem de temas sensíveis, como o racismo. “O Avesso da Pele” integra o Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), do Ministério da Educação, o que lhe confere uma relevância especial no cenário educacional brasileiro.
No início de abril, o livro retornou às bibliotecas do Paraná e de Goiás. “Estou muito feliz e grato por toda mobilização contra a censura. Acho que esse episódio serve para nos deixar mais atentos a qualquer tentativa autoritária em relação aos livros e a arte. Os livros voltaram para onde deveriam estar: nas mãos dos estudantes.”, escreveu o autor nas redes sociais ao celebrar o retorno dos exemplares.
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