Lellê está de volta às novelas da TV Globo após um hiato de nove anos. A atriz e cantora vai interpretar Silvia em “Volta por Cima”, a nova trama das 19h, que estreia no dia 30 de setembro. Silvia é uma jovem herdeira que volta ao Brasil após passar anos morando na Europa. Dono de um grande patrimônio, a personagem terá um papel importante na trama, especialmente ao se aproximar de Nando, vivido por João Gabriel D’Aleluia.
Conhecida por sua versatilidade artística, Lellê começou sua carreira no grupo Dream Team do Passinho e rapidamente conquistou espaço na música, no cinema e na televisão. Ela já atuou em produções como “Totalmente Demais” e participou de grandes eventos musicais, como o Rock in Rio, onde subiu ao palco ao lado de Alicia Keys. Agora, com a personagem Silvia, Lellê encara um novo desafio em sua carreira, ao viver uma personagem poderosa e financeiramente confortável, um espaço ainda pouco explorado por atrizes negras na teledramaturgia brasileira.
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Para interpretar Silvia, Lellê buscou referências pessoais e mergulhou na ancestralidade africana, como ela revelou em entrevista ao Mundo Negro. “Eu precisei ir mais a fundo pra chegar em Silvia, me conectei com nossa história de pessoas negras que tinham suas riquezas e eram Rainhas e Reis. Foi aí que tudo fez sentido”, afirma a atriz. Com essa nova personagem, Lellê não apenas reforça sua versatilidade como artista, mas também sua habilidade de trazer camadas profundas e autênticas para seus papéis.
Mundo Negro – Qual a influência das novelas na sua vida, e como você vê esse aumento da representatividade negra nas telas?
Lellê: Novela faz parte da minha vida. Minha primeira novela eu tinha 17 anos e aprendi muito sobre teledramaturgia. Apesar de não ter tido muito tempo para fazer teatro, eu fui aceitando as oportunidades na minha vida e fui aprendendo com as experiências reais. Esse aumento é resultado de toda luta dos que vieram antes de nós. Hoje minha geração vive e sente um pouco mais de conforto representativo, isso não quer dizer que ainda não exista suas problemáticas como o racismo e machismo. Mas fico feliz por fazer parte dessa história de quebrar barreiras e assumir meu lugar como artista e mulher preta.
MN: Silvia, sua personagem, é uma herdeira. Esse é um lugar onde as atrizes negras não aparecem muito aqui no país. Onde você busca referências?
Lellê: Eu vivi uma personagem rica com Malhação Sonhos, a Guta, tive essa oportunidade de interpretar alguém com conforto financeiro. Trouxe essa experiência comigo e também busquei algumas referências próximas, e uma delas foi Taís Araújo, por exemplo. Apesar dela não ter nascido herdeira, ela é uma mulher bem-sucedida e muito elegante. Mas eu tive que ir mais a fundo pra chegar em Silvia, precisei ir pro início de tudo, e me conectei com a nossa história de pessoas negras que tinham suas riquezas e eram Rainhas e Reis. Foi aí que tudo fez sentido e foi onde a potência de Silvia chegou em mim.
MN: Sobre o visual, o que podemos esperar? Você participa dessa construção sugerindo cabelos e roupas?
Lellê: Silvia é uma mulher realmente muito estilosa. Eu faço participação na criação dela e os profissionais de figurino me deixam muito à vontade pra criar junto com eles, são muito parceiros e priorizam o meu bem-estar. Adoro trabalhar com eles. Como Silvia é uma mulher preta, pensamos, com a caracterização, em ela estar sempre trocando de cabelos e penteados.
MN: Sobre a sua rotina, como gravar novelas altera o que você faz no dia a dia e como concilia com seus projetos e cuidados com a saúde?
Lellê: Depois de muitos anos de experiência na carreira e algumas novelas feitas, hoje eu priorizo demais a minha saúde. Mental, física e espiritual. Sem que isso esteja alinhado, não é possível funcionar, e eu aprendi na marra. Quando somos jovens, queremos fazer tudo de uma vez, e é importante que seja assim porque traz muita experiência. Mas depois a vida chama de volta e a gente começa a repensar nossas prioridades. Hoje minha prioridade é fazer aquilo que me faz feliz com saúde.
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