A Justiça do estado americano de Kentucky anunciou, nesta quarta-feira (23), a abertura de um processo contra um dos policiais envolvidos no assassinato da técnica em emergências médicas Breonne Taylor, por “conduta perigosa”. Breonne foi morta a tiros pela polícia em sua própria casa, durante uma operação malsucedida. Ao menos três agentes brancos estavam envolvidos no episódio, mas o grande júri que analisou o caso decidiu pela denúncia de apenas um deles, o detetive Brett Hankison.
No sistema judicial americano, o grande júri, formado por cidadãos, analisa se as provas apresentadas pela Promotoria justificam a abertura de um processo formal contra um investigado. Caso seja condenado, o policial pode pegar até cinco anos de reclusão, segundo informou o procurador-geral de Kentucky, Daniel Cameron, que também é negro e filiado ao Partido Republicano. A Justiça também determinou a prisão de Hankison e estabeleceu uma fiança de US$ 15 mil (R$ 75 mil). A decisão, que não abriu processo contra nenhum dos agentes por homicídio, foi criticada pelo advogado da família de Taylor e por manifestantes, que iniciaram protestos na cidade de Louisville.
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Logo após o anúncio da decisão, manifestantes tomaram as ruas de Louisville exigindo a responsabilização dos três policiais, todos. Protestos similares foram registrados em Nova York, Chicago e Milwakee. Aos gritos de “nenhuma vida importa até que vidas negras importem”, o ato no Kentucky foi majoritariamente pacífico até por volta de 20h30, meia-hora antes do toque de recolher imposto pelo governo entrar em vigor.
Segundo vídeos, os policiais lançaram diversos projéteis não letais para tentar pôr um fim ao protesto, quando tiros foram disparados em sua direção. Em entrevista coletiva, o chefe interino da polícia de Louisville, Robert Schroeder, confirmou que dois agentes foram baleados, mas não correm risco de vida. Um suspeito, de identidade ainda desconhecida, foi preso. Ao menos um manifestante foi ferido pela polícia.
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